O corpo da torcedora do Palmeiras, Gabriela Anelli, de 23 anos, que morreu nesta segunda-feira (10) após ser atingida no pescoço por uma garrafa de vidro, foi sepultado no início da tarde desta terça-feira (11), no Cemitério de Embu das Artes, Região Metropolitana de São Paulo. A cerimônia, marcada pela comoção de familiares e amigos, contou com a bateria da torcida organizada do time, a Mancha Verde, que também prestou suas homenagens.
O caso ocorreu no último sábado (8), antes da partida entre Palmeiras e Flamengo. Gabriela aguardava na fila para entrar no Allianz Parque, em São Paulo, quando teve início uma briga generalizada entre torcedores dos dois times. O confronto foi na Rua Caraíbas, nas proximidades do estádio.
A Polícia Militar (PM) precisou intervir lançando bombas de efeito moral e gás de pimenta, que adentrou o estádio, chegando a irritar os olhos de jogadores e torcedores nas arquibancadas. Por esse motivo, o jogo precisou ser paralisado duas vezes.
Ferida após ser atingida pela garrafa, a palmeirense foi socorrida e levada ao hospital em estado grave. Ela chegou a passar por cirurgia, mas sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.
LEIA TAMBÉM: Operação prende integrantes de torcida organizada do Goiás
A Polícia Civil de São Paulo (PCESP) prendeu e indiciou por homicídio doloso consumado Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos. Torcedor do Flamengo, ele é suspeito de ter lançado a garrafa que matou Gabriela e admitiu ter praticado o ato, de acordo com o delegado do Departamento de Operações Policiais Estratégicas, César Saad.
Nesta segunda-feira (10), a Justiça decretou a prisão preventiva do torcedor. Segundo o delegado, a polícia agora tenta localizar outros envolvidos na confusão e busca por imagens que tenham registrado o exato momento em que a garrafa é atirada, conforme informações do portal g1.
Ao comentar a morte de Gabriela Anelli durante uma transmissão ao vivo pelo YouTube, o jornalista e apresentador Tiago Leifert, se envolveu em uma polêmica. Ele afirmou que a torcedora do Palmeiras “assumiu um risco” ao integrar a Mancha Verde, torcida organizada do clube paulista.
“Ela é da Mancha Verde, ela não estava na bilheteria entrando no estádio, ela estava do lado de fora, junto com aqueles torcedores que ficam do lado de fora. Tem uma boa parte da organizada que fica na rua para bater nas pessoas que passam. Ela não merecia ter morrido, lógico que não, mas ela assumiu um risco estando ali porque ela estava na torcida organizada, ela é da torcida organizada”, disse Leifert.
A fala gerou uma repercussão bastante negativa entre os internautas, o que fez com que Tiago Leifert voltasse às redes sociais horas depois para se desculpar. O apresentador afirmou que havia se baseado em relatos de quem estava próximo no momento do ocorrido, como a Polícia Militar e a imprensa.
“Eu tinha dito que a torcedora que faleceu, que foi assassinada, na verdade, estava no confronto do Portão A, que aconteceu durante o jogo. Agora a gente sabe que não. Eu li o BO agora há pouco, e ela estava próxima ao Portão D, que é o portão visitante. Voou uma garrafa da organizada do Flamengo em direção à torcida do Palmeiras, atingiu ela no pescoço. Então, eu peço desculpas, ela não estava no confronto do A, que foi durante o jogo. Foi feio, mas ela já tinha sido atingida. Ela foi atingida antes do jogo, perto do Portão D”, concluiu.