A Bovespa teve nesta segunda-feira (9) a maior queda desde 1998. O índice caiu mais de 12% ontem, e as empresas perderam cerca de R$ 1 trilhão em valor de mercado em 2020. Porém, apesar do cenário parecer devastador, o especialista no mercado financeiro, Enil Neto, diz que esta é exatamente a hora propícia para aportar investimentos.
De acordo com o economista, em entrevista à Rádio Bandeirantes, as pessoas devem seguir a ideia de comprar na baixa e vender na alta para fazer dinheiro.
“Nessa hora tem que ter paciência e aproveitar a oportunidade que se cria no mercado. Não é um momento corriqueiro, tanto que a última queda assim foi em 1998. Mas é um momento de muitas oportunidades. Hoje temos ações que estão até 50% mais baratas”, destacou.
Na avaliação de Neto, a Bovespa, que abriu em alta de 5% nesta terça-feira (10), tem perdido valor neste início de ano não só pelo fator coronavírus ou pela variação do preço do petróleo, mas também por um fator natural de realização.
“O mercado financeiro vinha numa grande alta. Isso acaba atraindo muitas pessoas. Alinharam-se várias situações para essa queda. Tem o impacto muito grande do coronavírus. Teve um movimento de realização natural, pois muitos investidores que entraram passaram a vendar suas ações”, explicou.
Educação financeira
Neto também comentou sobre a mudança de perfil dos investidores da bolsa. Segundo ele, o cidadão comum tem se interessado pelo mercado de ações e elevou muito o número de negociadores da Bovespa. A queda na taxa de juros incentivou o movimento.
“Estamos vivendo uma mudança muito grande no mercado financeiro brasileiro. Em 2017, tínhamos 619 mil CPFs cadastrados na bolsa. Triplicou e chegamos a 1,9 milhão. É um número muito pequeno ainda, menos de 1% da população, mas isso tem aumentado muito, principalmente pela queda vertiginosa da taxa Selic”, pontuou.
Segundo Enil Neto, este é um processo de educação financeira. “Não é só guardar seu dinheiro, mas colocá-lo para trabalhar”, afirmou.