Tite aprovou o desempenho da seleção brasileira na goleada de 5 a 1 sobre a Coreia do Sul, em Seul, nesta quinta-feira. O treinador ficou especialmente satisfeito com o padrão de jogo da equipe, que foi mantido, na sua avaliação, mesmo após as seis mudanças que promoveu ao longo do amistoso. Como vinha fazendo nos últimos dias, ele destacou a atuação do setor ofensivo, liderado pelos jogadores que chama de “perninhas rápidas”.
“(Gostei) Das construções e dos perninhas rápidas lá na frente, os dois externos”, afirmou, ao citar o ponta Raphinha e Lucas Paquetá, que atuou na mesma função. “Quanto tu tem dois jogadores na amplitude… mesmo o Paquetá não tendo a mesma velocidade dos outros, mas tem a jogada combinada com o Neymar. Ele pode surpreender lá na frente.”
Na sua avaliação, a seleção manteve o bom nível de jogo também no segundo tempo, quando promoveu as entradas de Fabinho, Bruno Guimarães, Matheus Cunha, Philippe Coutinho, Gabriel Jesus e Vinicius Junior. “Gostei não só de quem começou entre os 11, mas de quem entrou. Ainda mais com alguns atletas vindo depois e trazer para esse nível de desempenho”, comentou, referindo-se aos finalistas da Liga dos Campeões, que se apresentaram à comissão técnica somente na terça-feira.
Tite também fez questão de destacar a calma mantida pela equipe após sofrer o empate, no primeiro tempo. “Gostei de ter tomado o gol de empate e não ver os jogadores se apressando demais e mantendo o nível de atuação. Tomamos o empate e mantivemos o nível de concentração, a bola não queimava no pé, rodamos até encontrar um espaço.”
Apesar disso, o treinador lamentou o gol sofrido. “Tivemos um erro de posicionamento. Quando mexeu uma peça, a gente desajustou e eles se infiltraram por dentro. Precisamos de correções e a gente fez no intervalo. Enquanto mecanismo, organismo vivo, ficar trocando muita peça é duro (para a seleção).”
Mas a defesa também ganhou elogios, principalmente o lateral-esquerdo Alex Sandro, que disputa vaga com mais três concorrentes por um lugar na Copa do Mundo do Catar, no fim do ano. “O Alex Sandro teve um grande jogo na vitória contra o Uruguai. Depois sofreu lesões e não conseguiu manter o nível. Ele tem noção e leitura de jogo muito alta e por trás qualidade e força de chegada. Contra o Peru, também sofreu pênalti numa situação de infiltração, ele equilibra bem também os lances defensivos. Ele estando bem fisicamente, voltando a esse nível, consegue fazer um grande jogo, como hoje.”
Tite citou a jogada de Alex Sandro, que levou ao primeiro pênalti do jogo e ao segundo gol brasileiro, como exemplo de construção de jogada na seleção. “Devemos ter ficado circulando a bola até encontrar o melhor espaço. Foi um minuto e 40 segundos rodando até o momento da infiltração. O Alex não vem para receber na frente, ele vem detrás para surpreender.”
(Conteúdo Estadão)