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| Em 4 anos atrás

Tipo sanguíneo não interfere em casos de Covid-19, diz especialista

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Desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, no ano de 2020, vários estudos apontam que pessoas com o tipo sanguíneo “O” podem ser menos vulneráveis à infecção da Covid-19, com possibilidade, inclusive, de não ter um quadro agravado, enquanto pessoas com tipo sanguíneo “A” demonstram mais gravidade no quadro infeccioso da doença. No entanto, há especialistas que contestam essa hipótese.

Em entrevista ao Diário de Goiás, nesta terça-feira (9), o Dr. José Eduardo Levi, PhD em Biologia Molecular da Dasa – grupo do qual o Atalaia Medicina Diagnóstica faz parte, afirmou que não existe, atualmente, um fator determinante que confirme a relação genética à resistência ao vírus. “Até hoje não existe nenhum fator determinante de genético em relação à resistência ou suscetibilidade ao Covid, ao vírus Sars cov 2. E, de fato, tem vários estudos já feitos em relação ao grupo ABO’s, sanguíneo”, disse.

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O especialista explicou que, em resumo, existe uma pequena diferença entre o grupo O e o grupo “A”, com relação à prevalência do grupo sanguíneo na população. “Se você comparar a prevalência do grupo ‘O’ na população versus a prevalência do grupo ‘O’ de quem tem Covid, tem mais gente com grupo ‘O’ na população, do que com Covid, como se fosse uma proteção. E no grupo ‘A’ a relação é inversa. Tem mais gente no grupo de pacientes, em relação à tipagem ‘A’ na população”, disse.

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O profissional alega que, de acordo com estudo realizado, inclusive, por sua equipe, não houve correlação estatística significativa, embora haja uma pequena diferença nos números. A porcentagem apresentada na população com tipo sanguíneo “O” foi de 46,5% e dos pacientes, 44.8%. “A gente vê que independente do grupo sanguíneo, a mesma proporção de ‘A’ e ‘O’, 30% de qualquer tipo sanguíneo no nosso momento de 30% de prevalência de Covid na população, segue a mesma proporção nos grupos sanguíneos. Então, a nossa conclusão foi que não há relação entre grupo sanguíneo e Covid. Portanto, não tem nada a ver com famílias que são suscetíveis ou não são suscetíveis. Existem essas situações e pessoas suscetíveis ou não, mas não é derivado do grupo sanguíneo”, ponderou.

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O especialista explicou, ainda, que o pequeno efeito existente no grupo sanguíneo é atribuído ao anticorpo Anti – A, que pode bloquear, em pequena eficácia, a invasão das células pelo vírus. “Como a pessoa do grupo ‘O’ tem Anti – A, então ela produz Anti – A e, com isso, ela estaria um pouco mais protegida. Mas tem um monte de gente do grupo ‘O’ que pega Covid. Em relação ao adoecimento, nada constatado, nem mesmo em grandes estudos”, concluiu o Dr. José Eduardo, com a ressalva de que há, no entanto, “um risco muito pequeno, mas sim maior para grupo ‘A’ e menor para grupo ‘O’, praticamente no limite dessa estatística”.

Em junho, o Diário de Goiás publicou uma matéria informando sobre um estudo realizado por pesquisadores europeus e publicado no periódico científico The New England Journal of Medicine, que tentavam identificar motivos que fazem a doença se desenvolver de forma diferente nas pessoas. Mais de 4 mil pessoas foram analisadas e uma série de variações de genes foram encontradas. Dentre elas, a relação com o tipo sanguíneo. O fator foi detectado, também por pesquisadores do Hospital Universidade de Oslo, na Noruega, onde foi demonstrado risco de casos graves 45% maior para pessoas com sangue tipo “A” e 35% menor para pessoas com sangue tipo “O”.

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