O deputado federal Thiago Peixoto (PSD-GO) defendeu, esta semana, avanços na legislação brasileira para que o país não perca cada vez mais competitividade na área de inovação. Presidente da Frente Parlamentar de Economia Digital e Colaborativa, ele salientou que tem se tornado cada vez mais comum que startups de muito potencial nascidas no Brasil migrem para países vizinhos por conta de entraves legais que dificultam a evolução delas aqui.
Nesse sentido, o parlamentar goiano ressalta que o Congresso Nacional tem, em mãos, o grande desafio de contribuir para melhorar o atual quadro, que não favorece o florescimento da inovação. “Como legisladores, precisamos ser mais ágeis, mais proativos. O Brasil tem uma sociedade cada vez mais conectada e digital e um setor público muito analógico. Estamos perdendo competitividade”, disse.
Thiago lembrou que alguns dos países que têm se beneficiado do atraso na legislação brasileira são Argentina, Uruguai e Paraguai. “Novos negócios baseados em novas tecnologias e em novas formas de financiamento não podem estar baseados em leis antigas e tradicionais. Não podemos mais perder espaço. É preciso que a gente altere de forma imediata essa discussão”, reforçou.
O deputado federal goiano destaca que a Frente Parlamentar de Economia Digital tem condições de liderar tal discussão junto ao Congresso, junto ao governo e à sociedade. “Além de criar mecanismos para facilitar a vida de nossas empresas e de incentivar quem trabalha com inovação, precisamos atuar no sentido de tornar convidativa a entrada no Brasil de empresas dispostas a investir em tecnologia”, acrescenta.
Thiago Peixoto destacou que enquanto o Brasil não se tornar um ambiente favorável ao ecossistema de inovação, estará perdendo tempo e oportunidades. Ele citou alguns dados econômicos para reforçar sua tese. “De acordo com dados da Oxford Economics, em 2005 a Economia Digital respondia por 11% do PIB mundial. Essa participação passou para 15,5% em 2016, o que corresponde a 11,5 trilhões de dólares. E a projeção é que isso chegue a 24% do PIB do planeta em 2025. E torna-se fundamental tomarmos medidas agora para que o Brasil não fique fora ou que tenha participação discreta nesse quadro”, disse.
Duas frentes
Thiago fez a defesa do papel do Legislativo em dois momentos nos quais representou a Frente Parlamentar de Economia Digital em Brasília. Primeiro, esteve em evento organizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), que tem desempenhado um papel central para incentivar o processo de digitalização nacional, em especial do setor público.
O outro momento foi nesta quinta-feira (22/2), na Câmara dos Deputados, durante o seminário Revolução Digital no Brasil: Tecnologia, Estado e Sociedade. Participaram, entre outros, o MBC, o Movimento Brasil, País Digital, e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ronaldo Lemos, professor e pesquisador da área, participou por vídeo-conferência.