O tesoureiro nacional do PT e ex-prefeito de Osasco (SP) Emídio de Souza disse, em reunião com militantes, ter incertezas sobre o destino do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, às vésperas do julgamento do dia 24, estimulou os petistas a demonstrar força para pressionar a Justiça.
Ele disse que quanto mais força o movimento tiver, “mais comedida a Justiça vai ser”. “Não sei se ela vai se amedrontar”, afirmou.
Na reunião, ocorrida a portas fechadas na última quinta (10), Emídio afirmou que todos ali estavam apreensivos com “o que vai acontecer a partir do dia 25 se o Lula for condenado”.
O tesoureiro do PT contou também que existe um receio de que o passaporte de Lula seja apreendido por decisão judicial, o que inviabilizaria uma viagem à Etiópia prevista para o dia 26. “Tem gente com medo de que o Moro, o Moro não, o tribunal lá, possa apreender o passaporte dele para impedir. Nós temos como responder se eles vão fazer isso ou não? Temos? Não temos”, afirmou ele.
Durante a reunião, Emídio chamou de improvável a hipótese de a Justiça decretar a prisão de Lula já no dia 24, “a não ser que seja estado de perseguição completo”.
Ele desencorajou petistas a ir a Porto Alegre, sede do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4 Região), recomendando que permaneçam em São Paulo para acompanhar o ex-presidente em um ato programado para a noite do dia 24 na avenida Paulista.
“Temos que cercá-lo. Temos que estar junto dele para mostrar que temos força”, disse Emídio.
Principal adversário de Lula na campanha presidencial, segundo as pesquisas, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) divulgou em redes sociais um vídeo em que diz que é “curioso” o presidente viajar logo depois de seu julgamento na segunda instância.
Na capital etíope, Adis Abeba, o petista pretende participar de debate sobre ações de combate à fome.
“Estaria Lula preparando uma saída estratégica temendo uma condenação via TRF-4?”, falou Bolsonaro. (Folhapress)