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Notícias do Estado
| Em 4 anos atrás

“Teremos, pelo menos, duas semanas muito duras”, prevê epidemiologista

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As duas próximas semanas serão de muita pressão sobre o sistema de saúde goiano. Essa é a previsão do médico epidemiologista e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Bosco Siqueira Jr.

Segundo ele, mesmo que as medidas restritivas atualmente em vigor surtam efeito rapidamente, o cenário não é alvissareiro. O epidemiologista avalia que o sistema de saúde não terá vagas para atender todos os casos.

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“Dá para antever que teremos pelo menos duas semanas muito duras, que vão gerar uma sobrecarga no nosso sistema de saúde. E vai mesmo chegar a 100%. Tudo indica que a gente vai estar muito próximo desse limite. Vão ser momentos bem difíceis. Precisamos entender isso e diminuir, o quanto antes, a quantidade de novos casos”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia.

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Siqueira Jr. explica que o nível de disseminação da covid-19 é muito elevado e, por isso, a lotação total dos leitos de UTI é iminente. “A gente tem hoje o pior momento e o pior cenário que poderíamos esperar. Temos uma taxa de ocupação dos leitos chegando a 100%. Mesmo se a gente evitasse novas infecções a partir de hoje, as pessoas que vão precisar desses leitos de enfermaria, de UTI, pelos próximos 10, 15 dias, não conseguimos mais mexer”.

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Para o especialista, o comportamento das pessoas é um aspecto importante, mas a chegada de variantes mais contagiosas ao estado também contribuiu para a piora do cenário. “Tem um cenário de as pessoas terem relaxado, inclusive no carnaval. Mas também tem algo a ver com o vírus. Onde essas variantes circularam, a quantidade de casos gerados foi imensa. São vários fatores que se somam e provocam essa tempestade”, explicou.

Estratégias

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Além da expansão do sistema de saúde e de restrições à mobilidade, o epidemiologista recomenda um amplo esquema de testagem para identificar pessoas portadoras do vírus.

“Temos que ter o distanciamento social, impedir que alguém que tem o vírus transmita para outras pessoas. Precisamos testar as pessoas, os contactantes e isolá-los. O lockdown sozinho tem um reflexo menor. Com a combinação de diferentes estratégias, podemos sim modificar o número de pessoas que vão adoecer”, destaca.

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