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Temer vê dispersão de ‘superbase’ na Câmara

 

Um articulador político de Michel Temer procurou, na semana passada, um deputado da base aliada que votara contra a reforma trabalhista. Frustrado, ele apontou o que chamou de “contradição” no fato de o parlamentar ter ajudado a derrubar Dilma Rousseff e se posicionar contra pontos prioritários da agenda do novo governo.

Como esse deputado, outros 72 parlamentares deram “sim” ao impeachment de Dilma no plenário da Câmara, em abril de 2016, mas se opuseram ao projeto que modifica a legislação trabalhista. Agora, parte deles ameaça votar contra a reforma da Previdência, peça-chave da gestão do peemedebista.

Um ano depois de chegar ao poder com o apoio de 367 dos 513 deputados na votação do impeachment (71% da Câmara), o presidente vê sinais de dispersão da supermaioria parlamentar que construiu para governar.

Ao assumir o Palácio do Planalto, em maio do ano passado, Temer fez uma engenharia que contemplou 11 partidos com ministérios e nomeou parlamentares para chefiar boa parte das pastas.

Abriu mão de escolher “notáveis” para a Esplanada, como admitiu o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em troca de uma base legislativa robusta, capaz de alterar a Constituição, o que exige 308 votos na Câmara. Com esse apoio, Temer fez avançar, em ritmo acelerado, uma pauta de ajustes e reformas.

A impopularidade das propostas de mudanças na Previdência e na legislação trabalhista provocou um desgaste na maioria de Temer.

No fim de abril, o Planalto tentou exibir apoio maciço a favor da reforma trabalhista, mas encontrou dissidências nos principais aliados.

O próprio partido do presidente, o PMDB, que dera 64 votos para aprovar a PEC do Teto, entregou apenas 52 votos “sim” para a nova legislação trabalhista. Outras siglas com cargos no primeiro escalão do governo também deram apoio modesto ao texto.

Nas contas do Planalto, há 411 deputados que integram a base aliada, mas apenas 330 votam “consistentemente” com o governo. As reformas, em especial, são “matérias complexas” que precisam de um trabalho de convencimento mais intenso do que as votações anteriores.

Para o ministro Antônio Imbassahy, que comanda a articulação política do governo, a votação da reforma da Previdência revelará a real composição da maioria de Temer no Congresso.

“Vamos ver quem é governo e quem não é. A proposta foi alterada, não há mais discussão sobre conteúdo. A luta, agora, é política”, diz.

Nesse cenário, o Planalto aponta para uma base mais enxuta, porém mais fiel. Abertamente, demitiu da estrutura do governo aliados de deputados que integram bancadas governistas, mas votaram contra Temer.

O líder do PPS na Câmara, Arnaldo Jordy, deu voto pelo impeachment, mas ficou contra a PEC do Teto e a reforma trabalhista, apesar de seu partido comandar dois ministérios. “O governo precisa compreender que a base é plural e heterogênea”, diz.

Roney Nemer (PP-DF) também votou contra Dilma, mas não aderiu às reformas. “Votei pelo impeachment porque acredito no governo Temer, mas não tenho como votar contra os compromissos que estabeleci na campanha.” (Folhapress)

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Marcley Matos

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