O presidente Michel Temer pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), que separe a investigação dos fatos supostamente cometidos pelo senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
Com isso, os advogados do presidente pediram também que a parte relativa a ele seja dividida em outro procedimento e que seja distribuído por sorteio entre os ministros da corte.
Temer, Aécio e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) são investigados no mesmo inquérito aberto com base na delação da JBS para apurar se o os políticos cometeram crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
A defesa de Temer fez os pedidos nesta sexta (26).
“A conexão é uma exceção à regra geral que, na hipótese dos autos […] não se faz presente”, escreveram os advogados.
Eles citam os inquéritos abertos com base na delação da Odebrecht que começaram a ser redistribuídos por não terem relação com o esquema de corrupção na Petrobras.
Para a defesa, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apontou apenas débeis “conexões fáticas”, mas nenhuma “conexão processual” entre a situação de Temer e a Lava Jato.
“Em primeiro lugar é fácil constatar, de plano, que os fatos em questão não têm qualquer relação com a Petrobras e, portanto, nada a ver com o gigante alcunhado de Lava Jato”, diz a defesa.
“Tudo o que vier para contribuir e facilitar as apurações é positivo. Se a separação das investigações for útil à celeridade da conclusão dos casos, não vamos nos opor”, disse à reportagem Alberto Toron, criminalista que defende Aécio Neves.