Durante viagem a Rússia, o presidente Michel Temer tentou minimizar a derrota da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que ocorreu nesta terça (20) após ele passar a tarde dizendo a autoridades e empresários russos que o assunto estaria liquidado na semana que vem.
“O que importa é o plenário. Não é surpreendente, você ganha numa comissão, perde noutra, mas vamos vence no plenário. Então nós vamos ganhar. O Brasil vai ganhar no plenário.”
O governo sofreu a primeira derrota na reforma trabalhista no Senado. Ao contrário do que previa o Palácio do Planalto, o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi rejeitado por 10 votos contrários e 9 favoráveis na CAS (Comissão de Assuntos Sociais).
Antes do início da sessão, o governo contava com a aprovação do texto por 11 votos favoráveis e 8 contrários.
O presidente alterou seu roteiro, atrasando uma ida para a final de uma competição de balé, só para fazer essa declaração. Seguiu a recomendação de sua equipe, aos poucos tomando conhecimento da repercussão da derrota em casa.
Antes, Temer havia dito que a reforma seria “definitivamente aprovada” na semana que vem, antes do recesso parlamentar.
Apesar dos panos quentes presidenciais, a notícia caiu como uma bomba na comitiva em Moscou. O avanço da reforma trabalhista, em estado bem mais avançado do que a previdenciária, era um trunfo a apresentar na reunião desta quarta (21) com o presidente Vladimir Putin -que pode não saber nada de processo legislativo brasileiro, mas sabe o que é uma derrota política. (Folhapress)
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