O presidente Michel Temer anunciou nesta terça-feira (11) a abertura de um crédito especial de R$ 200 milhões para tentar conter a paralisação de servidores da segurança pública em Roraima.
A ideia é que o montante, disponibilizado por meio de uma medida provisória, seja usado para quitar a folha de pagamento estadual, que acumula atrasos de até três meses.
A previsão é de que a iniciativa seja publicada no “Diário Oficial da União” e enviada ao Congresso Nacional ainda nesta terça-feira (11).
O socorro financeiro foi fechado após reunião, no Palácio do Planalto, entre o presidente e o interventor federal e governador eleito de Roraima, Antonio Denarium.
No encontro, o futuro governador chegou a pedir uma ampliação do valor para R$ 500 milhões com o objetivo de quitar dívidas com o pagamento de merenda, transporte e medicamentos.
“Solicitamos também que esse valor fosse ampliado porque Roraima tem hoje uma dívida corrente líquida de mais de R$ 2 bilhões”, disse.
A solicitação, contudo, foi negada pelo presidente, que alegou impedimentos orçamentários. “Neste governo, está totalmente fora de cogitação”, afirmou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
A expectativa do Palácio do Planalto é de que a medida provisória seja aprovada, e a folha de pagamento, quitada até o Natal.
Em entrevista após o encontro, Denarium disse que Roraima passa por uma situação de caos econômico e social.
Ele disse que pedirá ao próximo presidente, Jair Bolsonaro, que a intervenção federal se estenda até o final de fevereiro nas áreas de segurança e fazenda.
“Nós solicitamos uma intervenção por um prazo mais longo como forma de alocar os recursos do governo e que sejam aplicados de forma a atender toda a população”, disse.
Após ser desautorizado por Temer, Denarium lembrou que tratados internacionais impedem o fechamento da fronteira com a Venezuela. Ele defendeu, contudo, um controle “mais rígido e eficaz”.
“É importante lembrar que eles estão entrando como refugiados. Mas, junto com os bons, entram os ruins também”, afirmou.
Na saída da reunião, Padilha afirmou que, até o final do ano, cerca de mil venezuelanos serão levados para outros estados do país, somando quatro mil desde o início da crise migratória.