Eram 22h30 desta quinta-feira (2) quando o presidente Michel Temer (PMDB) chegou ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, acompanhado de uma comitiva de pelo menos quinze aliados para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Temer entrou pela porta principal do hospital e foi hostilizado por cerca de dez simpatizantes petistas, que o chamaram, aos gritos, de “assassino” e “golpista”. Ele, porém, sorriu e não respondeu aos ataques.
O presidente decidiu de última hora viajar à capital paulista depois de ter sido comunicado da gravidade do quadro da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que sofreu um AVC na semana passada e perda do fluxo cerebral nesta quinta. Sua situação é considerada irreversível. Depois disso, a família autorizou procedimento de doação de órgãos.
Ao lado de Temer, que foi recebido na porta pelo médico de Marisa e Lula, Roberto Kalil, estavam o ex-presidente José Sarney (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento), José Serra (Relações Exteriores), Helder Barbalho (Integração Nacional) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Também integraram o grupo os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Eduardo Braga (PMDB-AM), Romero Jucá (PMDB-RR), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), e o presidente da Casa, Eunicio Oliveira (PMDB-CE).
Pouco antes da chegada de Temer e sua comitiva, que não quis falar com jornalistas, deputados e ex-ministros do PT foram ao hospital prestar solidariedade a Lula.
A senadora e ex-petista, Marta Suplicy (PMDB-SP), também foi ao Sírio. Sua passagem foi rápida e, de acordo com relatos, até um pouco constrangida.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também visitou o petista nesta quinta.
Segundo o ex-ministro José Gregori, que acompanhou FHC, Lula se emocionou ao se lembrar da última conversa que teve com Marisa.
Lula contou que deixou a mulher bem ao sair de casa e só voltou a vê-la já no hospital.
Ainda segundo Gregori, FHC disse saber o que Lula estava sentindo.
“Passei por isso”, afirmou FHC, segundo relatos.
Ao contrário de Temer, FHC entrou no hospital por uma porta lateral e não foi visto por jornalistas.
(FOLHA PRESS)