Citado 43 vezes em delação premiada de um ex-executivo da Odebrecht, o presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (13) que não permitirá que acusações ainda em fase de investigação paralisem o país.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o peemedebista defendeu que o conteúdo de delações premiadas “venham à luz” e ressaltou que medidas econômicas não podem aguardar o desfecho de um “longo processo”.
“Nós estamos na primeira fase da chamada acusação. Então, há um longo processo e não podemos deixar que isso paralise o país. Não permitiremos que isso aconteça e o país não ficará paralisado”, afirmou.
No discurso, ele reconheceu que o país enfrenta adversidades e que há conflitos e problemas, mas que não podem ser mantidos indefinidamente. Segundo ele, é preciso ter coragem para governar o país atualmente.
“É preciso coragem, porque, convenhamos, estamos enfrentando muitas adversidades. Nós estamos enfrentando adversidades para obter o verso. O verso será o crescimento do país e a compreensão do que estamos fazendo”, disse.
Em requerimento enviado na segunda-feira (12) ao procurador-geral da República, o presidente chamou de “ilegítima” a divulgação por meio de vazamento de investigações criminais e disse que a lentidão em procedimentos investigatórios perturba áreas de interesse do governo federal.
O discurso ocorre no momento em em que a cúpula do Palácio do Planalto é atingida pelo acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.
Além do presidente, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi mencionado 45 vezes e Moreira Franco, secretário de Parceria e Investimentos, 34.
Na tentativa de impor uma pauta positiva diante do agravamento da crise política, o presidente anunciou nesta terça-feira (13) a criação de uma linha de crédito de R$ 3 bilhões para a renovação da frota nacional de ônibus.
A meta é que os recursos disponibilizados por meio do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) permitam a renovação de 10% dos veículos utilizados para transporte público. Hoje, a frota nacional soma 107 mil.
O objetivo da medida é ativar as montadoras de veículos, que atualmente enfrentam os efeitos da crise econômica, ajudando na geração de empregos e nas revendas.
Folhapress