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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Temer diz que mais uma vez tentam destruir sua reputação

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Com a prisão de dois de seus amigos mais próximos, o presidente Michel Temer desencadeou nesta sexta (30) uma ofensiva para ofuscar a narrativa da Procuradoria-Geral da República, que o situa como possível pivô de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

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Após se reunir com ministros e assessores no Palácio do Alvorada, Temer divulgou nota com ataques a “autoridades” que, segundo ele, tentam destruir sua reputação, por meio de “métodos totalitários”.

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Ele não cita os amigos presos na Operação Skala e insiste que o decreto relacionado ao setor portuário não beneficiou a empresa Rodrimar.

“Sem ter fatos reais a investigar, autoridades tentam criar narrativas que gerem novas acusações”, diz comunicado da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.

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O texto segue linha de raciocínio que vinha sendo adotada, nos bastidores, por ministros após as prisões, na quinta (29). A tese é de que as prisões, autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, foram decretadas para forçar delações que comprometam o presidente e criem um enredo substancioso que sirva de base para uma terceira denúncia contra Temer.

O presidente já foi alvo de duas denúncias da PGR em 2017. Ambas foram engavetadas pela Câmara. Agora, o Planalto volta a utilizar a estratégia de desqualificar as investigações, discurso que teve êxito na época da delação da JBS.

“Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa”, diz o comunicado.

A nota insiste que a ação teve viés político depois que Temer se colocou como pré-candidato à reeleição.

“O atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública, impedi-lo de continuar a prestar relevantes serviços ao país, como ele fez ao superar a mais forte recessão econômica da história brasileira. Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes.”
Além da nota, Temer estuda fazer um pronunciamento em rede nacional no início da semana. O discurso teria ênfase na defesa da “honra” e no “direito à ampla defesa”.

Preocupa o Planalto o foco da PF no presidente. Nesta sexta (30), foram tomados os primeiros depoimentos.

O empresário Antônio Celso Grecco, presidente da Rodrimar, disse à PF que, num encontro em Brasília, Michel Temer prometeu avaliar eventual ajuda para a empresa a resolver uma pendência no Porto de Santos. Grecco disse que nada chegou a ser feito.

Nesta sexta (30), a ministra do STF Rosa Weber negou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Grecco.

O decreto assinado por Temer permite ampliar a vigência de concessões portuárias se o contrato foi assinado a partir de 1993. Não é o caso da Rodrimar, cuja autorização para explorar o Porto de Santos é anterior àquele ano.

Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), no entanto, constatou que a norma abre brecha para que, futuramente, o governo possa promulgar novas regulamentações e ampliar de prazos previstos nos contratos, mesmo os anteriores a 1993.

A PF requisitou o relatório do tribunal para instruir o inquérito que apura se Temer recebeu propina para beneficiar a Rodrimar no decreto.

Os investigadores apuram se, a despeito da configuração final da norma, houve alguma promessa ou negociação de vantagem indevida com o presidente, vinculada a favorecimento no governo, o que poderia configurar corrupção.

Preso na mesma operação, o coronel João Baptista Lima Filho se negou a depor nesta sexta sob a justificativa de problemas físicos e psicológicos. Figura central na história, ele é suspeito de ser responsável pela captação de recursos irregulares para Temer, o que as defesas de ambos negam. (Folhapress) 

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