O presidente Michel Temer admitiu que o governo estuda usar recursos da Caixa Econômica Federal para criar uma linha de financiamento para municípios aplicarem em construção civil.
Em entrevista concedida nesta sexta-feira (4) aos veículos do sistema EBC, Temer disse que o objetivo é fomentar o setor que mais favorece a geração de empregos.
“Isso foi alvo de conversas nossas nesses últimos dias. A construção civil é uma das áreas que mais emprega. Estamos finalizando os números para lançar cerca de 150 mil casas populares do Minha Casa Minha Vida. Isso vai agilizar a construção civil, mas ao mesmo tempo nós estamos estudando a possibilidade de empréstimos a municípios”, disse.
Questionado sobre o prazo, o presidente respondeu apenas que a tendência é que “saia este mês”.
Ele explicou que o dinheiro deve ser dado aos municípios pela Caixa e que as cidades poderão usar o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) como garantia.
Embora Temer não tenha mencionado diretamente o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Trabalho), a Folha de S.Paulo mostrou nesta sexta que o Ministério das Cidades negocia usar os recursos do fundo para financiar prefeituras que ficaram sem recursos com a recessão e que não puderam dar continuidade às obras da Copa.
O presidente realizou reuniões sobre o tema ao longo desta semana. Na quinta (3), ele se recebeu José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Ele já havia discutido a linha de financiamento com Nelson Antônio de Souza, presidente da Caixa, na segunda (30), no Palácio do Planalto.
O assunto foi também tema de encontro entre as equipes política e econômica em encontro no Palácio da Alvorada, na manhã de quarta (2).
Ainda durante a entrevista, Temer falou sobre as negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre a taxação do aço.
Segundo ele, a tendência é de que a indústria siderúrgica brasileira aceite as cotas que o governo americano está sugerindo como alternativa à sobretaxação do aço nacional.
Para evitar uma aplicação de alíquota de 25% ao produto vendido aos EUA, o Brasil negocia limitar a quantidade de exportação ao país.
Temer disse que ainda não foi definido se a decisão tomada pelo governo de Donald Trump, que impor alíquotas mais elevadas ao produto brasileiro, será levada para a OMC (Organização Mundial do Comércio).
Os Estados Unidos são o segundo principal mercado do Brasil no exterior, atrás somente da China. O aço responde por 10% das exportações nacionais. (Folhapress)
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