Em visita a Praia Grande (litoral de São Paulo) para inaugurar uma escola municipal, o presidente Michel Temer disse que “vivemos uma realidade de insegurança, particularmente no setor penitenciário”, e destacou como principal medida do governo a construção de novos presídios pelo país. As obras deverão ser executadas em módulos, um método mais rápido, conforme anunciou.
“Embora essa matéria das penitenciárias seja fundamentalmente uma matéria dos Estados, a União já no passado entrou nessa questão e construiu quatro penitenciárias federais de segurança máxima. No nosso modo de ver, é pouco, e por isso anunciamos recentemente mais cinco penitenciárias federais”, disse.
Além delas, um total de R$ 1 bilhão já foi repassado aos Estados para que os governos locais construam ao menos mais um presídio cada um, segundo Temer.
“Ainda hoje eu falava com o ministro Alexandre [de Moraes] para que a União e o Ministério da Justiça possam mandar o projeto para os Estados. É um projeto de construção em módulos. Aquela coisa de demorar quatro, cinco, seis anos, talvez num período de sete, oito meses, um ano no máximo, nós possamos entregar esses 30 presídios ao país”, afirmou.
A atual crise no sistema prisional começou com o massacre de 60 presos em um complexo em Manaus, no início do ano. Em seguida, houve dezenas de mortes também em unidades de Roraima. A disputa entre facções é apontada como a causa dos homicídios.
Temer foi criticado por ter demorado três dias para se manifestar sobre os assassinatos. Quando fez um pronunciamento, disse que o episódio em Manaus foi um “acidente pavoroso” -sendo novamente criticado pela fala.
Os cinco presídios federais anunciados seriam suficientes para reduzir somente 0,4% do deficit de vagas em prisões brasileiras.
PROTESTO
Mesmo em um momento em que decidiu intensificar a agenda de viagens pelo país, o presidente não visitou os Estados afetados pela crise no sistema prisional. Temer viajou a Praia Grande nesta tarde para inaugurar uma escola municipal batizada com o nome de um de seus irmãos, Fued Temer, morto em 1995.
O peemedebista foi recebido com um protesto de cerca de 50 a 70 pessoas em frente a escola. A maior parte era de estudantes ligados a movimentos e partidos de esquerda, como o PSOL. Antes de o evento começar, o mestre de cerimônia procurava falar ao microfone quando os manifestantes gritavam, para tentar encobrir o barulho do protesto.Além do presidente, participaram da inauguração da escola o prefeito da cidade, Alberto Mourão (PSDB), o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM).
O ministro destacou em seu discurso o reajuste de 7,64% no piso nacional dos professores. O reajuste, conforme enfatizou, foi acima da inflação (de 6,29%, em 2016). Nem todos os Estados cumprem o piso.
(FOLHAPRESS)
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