Publicidade
Categorias: Política
| Em 8 anos atrás

Temer demite indicados de infiéis que votaram contra a reforma trabalhista

Compartilhar

Publicidade

O presidente Michel Temer cumpriu a promessa de punir deputados de sua base aliada que votaram contra a reforma trabalhista na semana passada.

O “Diário Oficial da União” desta terça-feira (2) traz três exonerações de apadrinhados de PTB, Pros e PSD.

Publicidade

Deley (PTB-RJ), Ronaldo Fonseca (Pros-DF) e Expedito Neto (PSD-RO) votaram “não” na noite do dia 26 de abril, quando o plenário da Câmara apreciou o texto-base da reforma trabalhista, que acabou aprovada por 296 votos a favor e 177 contrários.

Publicidade

Marcelo Xavier de Castro, indicação de Deley, foi exonerado do cargo de diretor de Finanças e Administração das INB (Indústrias Nucleares do Brasil S.A.).

José Ricardo Marques, apadrinhado por Ronaldo Fonseca, perdeu o cargo de diretor-geral do Arquivo Nacional do Ministério da Justiça.

Publicidade

Já Luiz Fernando Martins, que havia sido indicado por Expedito Neto, foi exonerado do cargo de delegado da Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário no Estado de Rondônia.

Após a publicação desta reportagem, o gabinete de Expedito Neto informou que Martins foi nomeado em setembro do ano passado, mas nunca foi empossado, assumindo o cargo de secretário de Fazenda de Porto Velho no início deste ano.

“Estávamos cobrando do governo. O Palácio tem empurrado com a barriga desde setembro”, disse Paulo Sérgio Ferreira, chefe de gabinete de Expedito Neto. “Deixamos de lado. Hoje [terça] que fomos ver que tinha a exoneração. Foi exonerado de quê?”, questionou Ferreira.

“O deputado não tem nenhum cargo no governo, então ele ficou muito à vontade de votar [contra a reforma trabalhista]. Não só por causa de um cargo, ele já tem essa opinião dele”, afirmou o chefe de gabinete.

Houve outras exonerações oficializadas nesta terça em retaliação às traições de integrantes da base aliada.

As demais demissões, no entanto, não foram publicadas no “Diário Oficial da União”, mas em atos internos.

Um integrante do governo afirmou que o total de exonerações passa de 30 e que a maioria já ocorreu.

A ideia é que os cargos sejam entregues sobretudo a parlamentares do “baixo clero” que não tinham sido contemplados pelo presidente e que podem avolumar o placar da reforma da Previdência.

O próprio presidente pretende se reunir pessoalmente com bancadas menores, como PSC e PRB, para conseguir mais votos favoráveis.

Previdência

Nesta terça, a comissão especial que analisa a reforma da Previdência na Câmara se reúne para prosseguir as discussões do relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).

Há 16 oradores inscritos, além dos líderes partidários. Cada um tem direito a falar por até 15 minutos.

Como a Folha de S.Paulo mostrou na segunda-feira (1º), ciente de que não tem os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara, o governo discute adiar a votação da proposta na comissão especial que trata do assunto, o que estava previsto para acontecer nesta quarta-feira (3).

A ideia é que o colegiado só aprecie o texto na semana que vem ou até mesmo na seguinte.

O presidente Michel Temer recebeu ministros e parlamentares nesta segunda (1º) para discutir o andamento da nova Previdência. Pesquisa Datafolha indica que 71% dos brasileiros são contra a reforma.

Para tentar reverter a rejeição à reforma da Previdência, o governo vai distribuir a entidades críticas à proposta cartilha elaborada para deputados para “traduzir” as alterações feitas no texto original.

As cartilhas agora serão encaminhadas a entidades formadoras de opinião como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que já se posicionaram contra a reforma.

A publicação traz trechos do texto original enviado ao Congresso pelo governo no final do ano passado e indica as flexibilizações feitas pelo relator da proposta.

Já foram impressos mil exemplares e outros dois mil serão encomendados nesta terça.

As impressões serão pagas por partidos da base aliada, segundo o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que não soube informar os custos da produção. (Folhapress)

Leia mais:

 

 

 

Publicidade