BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em meio à nova crise política deflagrada com a prisão de seus amigos na quinta-feira (29), o presidente Michel Temer antecipou para esta segunda-feira (2) a posse de alguns ministros que entram no lugar daqueles que deixarão os cargos por causa das eleições.
O Palácio do Planalto informou neste sábado (31) que será às 10h30 a posse dos novos ministros dos Transportes, Valter Casimiro Silveira, e da Saúde, Gilberto Occhi.
Também será empossado o novo presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza, conforme noticiou a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Ao todo, 11 ministros devem ser substituídos até o final da semana, já que termina no sábado (7) o prazo de desincompatibilização de integrantes do Executivo que pretendem disputar as eleições em outubro.
No domingo (1º), Temer reúne seu núcleo político para definir os sucessores de outros ministérios, além de tratar da estratégia política para enfrentar as consequências do desgaste provocado pela prisão de amigos do presidente.
O Planalto teme que depoimentos dos presos tragam elementos para fundamentar a apresentação de uma terceira denúncia contra Temer.
OS NOVOS MINISTROS
Valter Casimiro Silveira é diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Ele entra no lugar de Maurício Quintella (PR-AL).
Inicialmente, a posse aconteceria somente na quinta-feira (5), segundo lideranças do PR, partido que o indicou.
Casimiro foi indicado depois de as três primeiras opções da sigla enfrentaram resistência do governo porque figuraram recentemente no noticiário por causa de denúncias: o ex-deputado federal Bernardo Santana (MG), o senador Wellington Fagundes (MT) e a ex-vice-presidente da Caixa Deusdina dos Reis Pereira.
Em reunião na última quarta-feira (28), Temer e dirigentes do PR definiram também que Herbert Drummont, hoje secretário de Política e Integração do ministério, será o novo secretário-executivo da pasta.
Já Gilberto Occhi, indicação do PP, entra no lugar de Ricardo Barros (PP-PR), que retoma seu lugar de deputado e pretende assumir o comando da CMO (Comissão Mista de Orçamento), importante por definir recursos para o governo.
Barros já havia entregue sua carta de demissão, mas o Planalto estava segurando a publicação da exoneração porque havia dificuldade de decidir quem ficaria no lugar de Occhi na Caixa Econômica, posto que o PP não queria abrir mão.
Uma reunião entre Temer e a cúpula do partido estava prevista para esta segunda-feira, mas o governo se antecipou e bateu o martelo neste sábado.
Occhi é ligado ao presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e é uma espécie de coringa do partido -antes de comandar a Caixa e de assumir a Saúde, foi ministro das Cidades e da Integração.
Seu sucessor na Caixa Econômica, Nelson Antônio de Souza, é atualmente vice-presidente de Habitação do banco, onde entrou em 1979 e já ocupou os cargos de diretor executivo de Gestão de Pessoas, chefe de gabinete da presidência, superintendente nacional da região Nordeste e do FGTS, entre outros.
Em 2014, Souza assumiu a presidência do Banco do Nordeste.