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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Temer cria força-tarefa e convida embaixadores para churrascaria

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O presidente Michel Temer criou uma força-tarefa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que já colocou os 21 frigoríficos envolvidos na operação da Polícia Federal Carne Fraca sob “regime especial de fiscalização”.
A anúncio foi feito durante encontro com os embaixadores dos 33 países que mais importam carnes do Brasil ocorrido neste domingo (19) no Palácio do Planalto.
Temer quis acalmar os embaixadores que, no final, foram convidados para participar de um churrasco em uma das mais procuradas casas de Brasília (DF). Eles jantaram logo em seguida.
O presidente apresentou números para mostrar que os casos investigados pela PF são pequenos e pontuais para comprometer o sistema brasileiro de fiscalização. China, União Europeia e EUA já tinham pedido de explicações ao Ministério da Agricultura na sexta-feira (17).
“Tomamos várias deliberações no dia de hoje [domingo]. A primeira delas é que decidiu-se acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da Polícia Federal”, disse Temer.
“Não é o sistema de defesa agropecuária que está sendo investigado, mas alguns poucos desvios, de alguns poucos funcionários, de algumas poucas empresas.”
Temer disse ainda que “todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países exportadores e ao acompanhamento do sistema nacional de controle, que é um dos mais respeitados do mundo.”
Em posse de um relatório preparado pelo Ministério da Agricultura, o presidente reclamou da divulgação do caso pela PF citando vários números. “Temos 4.837 unidades sujeitas à fiscalização no país. E 21 supostamente envolvidas em irregularidades. Isso é um mínimo sobre o tanto de plantas frigoríficas em nosso país.”
Dentre as 21 envolvidas, somente seis exportaram nos últimos dois meses.
O presidente considerou ainda que dos 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura no país, somente 33 estão sendo investigados por envolvimento no caso.
“O governo reitera a confiança na qualidade do produto nacional”, disse Temer. “O Ministério [da Agricultura] tem um rigoroso controle e esse padrão fez com que ganhássemos mercado em mais de 150 países.”
Temer terminou seu discurso dizendo que das 853 mil partidas de exportações de carnes do Brasil no ano passado, somente 184 foram consideradas pelos importadores “fora de conformidade” -e se referiam a problemas de rotulagem ou certificados, não de qualidade.
CONSUMO
A operação deflagrada pela PF foi a maior de sua história e revelou que empresas do setor, incluindo as as gigantes JBS e a BRF, adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo.
A investigação também revelou um esquema de propinas e presentes dados pelos frigoríficos a fiscais do Ministério da Agricultura, que supostamente recebiam para afrouxar a fiscalização e liberar a comercialização de carne vencida e adulterada.
“Eles usam ácidos, outros ingredientes químicos, em quantidades muito superiores à permitida por lei pra poder maquiar o aspecto físico do alimento estragado ou com mal-cheiro”, explicou o delegado da PF responsável pela investigação, Maurício Moscardi Grillo, em entrevista coletiva na sexta-feira.
A “BBC Brasil” conversou com engenheiros de alimentos e especialistas em carnes para esclarecer o que pode e o que não pode ser adicionado no processamento de carnes e quais as preocupações que a investigação da PF deve despertar no consumidor.
Para alguns deles, a maneira como a operação foi divulgada acabou gerando uma desconfiança “exagerada” sobre a carne brasileira. (Folhapress)

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .