No dia seguinte ao anúncio de que as Forças Armadas ingressarão nos presídios estaduais, o presidente Michel Temer reconheceu nesta quarta-feira (18) que não será a autorização do contingente militar que resolverá a crise penitenciária no país.
Em discurso, em reunião com governadores do Norte e do Centro-Oeste, o peemedebista disse que o quadro carcerário é um “tormentoso drama” que se transformou em um “problema nacional”. Ele admitiu que há uma desordem “completa” e “integral” em unidades prisionais do país.
“Não será apenas a inspeção periódica que vai resolver o problema”, disse. “Se não houver uma conjunção de esforços, não vamos ter a ilusão de que a simples menção às Forças Armadas irá resolver a questão. É puxar o primeiro fio de novelo”, acrescentou.
Segundo ele, além das Forças Armadas, é necessário haver um maior controle das fronteiras do país, para evitar o crime transnacional, e maior cooperação na área de inteligência com as unidades da federação. Ele reconheceu que as facções criminosas estão “muito bem estruturadas” no país.
“E não tem só ação interna no presídios, mas com repercussão externa, no comando de setores que agem externamente”, disse.
O presidente disse que a população brasileira passa por um “tormentoso drama” ao receber “cenas pavorosas” das rebeliões pela televisão ou por aplicativos de mensagens.
“São cenas pavorosas, inimagináveis e difícil de se se olhar. Nós precisamos acabar com isso e liquidar com esse assunto”, disse.
Mais cedo, o peemedebista havia dito que o quadro carcerário nacional é um “drama infernal” e que as Forças Armadas têm “credibilidade” e “autoridade” para atuar na inspeção de prisões do país.
Folhapress