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Tebet fica no MDB e vai enfrentar Renan na bancada

Por 6 anos atrás

A senadora Simone Tebet (MS) decidiu nesta quinta-feira (31) permanecer no MDB, partido ao qual é filiada desde 1997, e enfrentar Renan Calheiros (AL) na disputa interna pela presidência do Senado.
Ela havia sido pressionada a trocar o MDB pelo Podemos para garantir o apoio de outras legendas que resistem a formar aliança com o partido de Renan Calheiros.
A ideia de mudança foi apresentada num encontro do qual participaram Tebet, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Major Olímpio (PSL-SP), Alvaro Dias (PODE-PR), Angelo Coronel (PSD-BA), Esperidião Amin (PP-SC), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Regguffe (sem partido-DF), além do senador eleito Eduardo Girão (PROS-CE).
Estes senadores voltaram a se reunir à tarde e decidiram todos se manter candidatos e convergirem em um eventual segundo turno.
“Todas as candidaturas estão mantidas e todos fecharam posição por [eleição em] dois turnos e voto aberto”, afirmou o senador Reguffe (sem partido-DF).
No Senado desde 2015, Tebet era líder do MDB até o início da semana. Ela sustenta que a presidência do Senado tem que ficar com o partido por ser a maior bancada, com 13 senadores.
Na Casa, a tradição é que o comando fique sempre com a maior bancada e a eleição costuma ser protocolar, o que, até o momento, não é o caso desta vez.
Ao longo da semana, a senadora deu sinais de perda força e passou a ser pressionada por seus aliados. No entanto, entendeu que seria incoerente deixar o partido.
Ela renunciou à liderança do MDB depois de ter sido vencida num debate interno sobre votação aberta na eleição para presidente da Câmara. A maioria da bancada do MDB optou por votação secreta, o que favorece Renan, já que muitos senadores dizem ter dificuldade de apoiar o alagoano publicamente por causa da pressão nas bases de cada um.
Fora do governo e sem ter conseguido reeleger nomes como o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), e o presidente da sigla, Romero Jucá (RR), o MDB tem nesta eleição sua principal perspectiva de manutenção de poder.
Nas duas últimas eleições, o partido havia chegado à véspera da disputa com consenso na bancada. Primeiro, Renan foi o presidente e Eunício o líder da bancada. Depois, eles inverteram as funções. Agora, não há previsão de nada parecido.
Renan tem a seu favor a habilidade política de ter sido presidente do Senado quatro vezes e a postura de firme na defesa dos seus pares diante da Justiça.
Apesar de agora se dizer um liberal e favorável às reformas, contra Renan há desconfiança do governo Jair Bolsonaro, além da pressão popular que cobra renovação e levanta bandeira anticorrupção. O senador tem no currículo 18 inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), nove deles arquivados.
Tebet abraçou a bandeira da renovação política, que garantiu a reeleição de apenas oito senadores e trouxe 46 novos nomes para o Congresso.
Ela também aposta nas mobilizações #foraRenan e na resistência de outras legendas em apoiar o emedebista.
Não está descartado o adiamento da votação desta sexta.
Adversários de Renan querem usar as votações de questões de ordem para avaliar as chances do senador e, diante da perspectiva de sucesso dele, não descartam esvaziar a sessão e postergar a eleição. (DANIEL CARVALHO, BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.