A taxa de desemprego no país foi de 13,6% no trimestre encerrado em abril, informou o IBGE na manhã desta quarta-feira (31). De acordo com o instituto, o desemprego atinge 14 milhões de brasileiros.
Foi a pior taxa de desemprego para o período desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Representa uma alta de 1 ponto percentual com relação ao trimestre encerrado em janeiro, quando a taxa observada foi de 12,6%. No trimestre encerrado em abril de 2016, a taxa estava em 11,2%.
Isso significa que, em um ano, mais 2,6 milhões de pessoas passaram a procurar trabalho no país. Na comparação com o trimestre encerrado em janeiro, foram 1,1 milhão de pessoas a mais procurando emprego.
“O primeiro resultado que essa pesquisa mostra é a queda no contingente de pessoas ocupadas, o que reflete em aumento no número de pessoas procurando emprego”, disse o economista do IBGE Cimar Azeredo.
Ele ressalta que o aumento na desocupação mostra sinais de desaceleração: no mesmo trimestre do ano anterior, o aumento do número de ocupados foi de 42% com relação ao ano anterior. Neste, foi de 23,1%.
“Podem ser sinais de que a procura por emprego está reduzindo”, afirmou Azeredo, que preferiu ter cautela ao falar sobre uma possível recuperação. “Ainda estamos vivendo uma crise política e quaisquer sinais externos podem afetar o emprego”, afirmou.
Na indústria, por exemplo, houve aumento no número de pessoas ocupadas, que chegou a 11,476 milhões de pessoas, alta de 1,8% (ou 204 mil pessoas) com relação ao trimestre anterior.
Houve grande queda, porém, nos setores de construção (-4,1%) e agricultura (-2,4%).
No trimestre, houve recorde negativo no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 33,286 milhões de pessoas, 572 mil a menos do que no trimestre anterior.
Atualmente, 37% das pessoas ocupadas no Brasil têm carteira assinada. Em 2012, eram 40%. No período, houve crescimento da participação de trabalhadores por conta própria, que hoje representam 1/4 da população ocupada.
“No processo de crise, a carteira se desfaz, abrindo espaço para a informalidade”, diz Azeredo.
O rendimento trabalhador ficou estável, diz o IBGE, tanto na comparação com trimestre anterior quanto com o mesmo trimestre de 2016, em R$ 2.107.
Os dados constam da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), o levantamento oficial de emprego do instituto. O indicador é calculado por trimestre. Na divulgação desta quarta, refere-se ao período entre fevereiro e abril de 2017. (Folhapress)
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