O ataque de um comando talibã contra uma base militar na região norte do Afeganistão durante o momento de oração deixou ao menos 140 mortos e feridos, de acordo com um balanço provisório. A maioria das vítimas são jovens recrutas.
Em um comunicado, o ministério da Defesa afegão cita “ao menos 100 soldados mortos e feridos”, no primeiro balanço divulgado pelas autoridades desde o fim do ataque cometido na sexta-feira (21) à noite, durante cinco horas, por uma dezena de homens armados.
No entanto, um oficial que estava na base atacada, na região de Mazar-e-Sharif, disse que houve ao menos 140 mortos e feridos. Outros oficiais disseram que esse número pode ser ainda maior.
Se este balanço for confirmado, seria o ataque mais violento no Afeganistão contra civis ou militares.
“Os insurgentes talibãs executaram um ataque coordenado contra a base militar, onde os soldados estavam reunidos para a oração, provocando mais de 100 mortos e feridos nas fileiras das Forças Armadas”, afirma o comunicado ministerial.
“Há uma investigação em curso e o balanço pode mudar”, completa a nota.
Nos últimos atentados -incluindo um ataque contra o principal hospital militar do país, em Cabul- as autoridades foram acusadas de falta de transparência e de tentar minimizar os balanços.
Um membro do conselho provincial, Zabihullah Kakar, anunciou que o ataque deixou “54 mortos e 58 feridos”.
A HORA DA ORAÇÃO
Dos dez talibãs que atacaram a base, sete foram mortos, dois detonaram os explosivos presos aos corpos e um foi detido, informou o ministério da Defesa, sem revelar detalhes sobre o ataque.
A ação começou à tarde, na hora da oração de sexta-feira. “Chegaram a bordo de Humvees e de caminhões do Exército afegão. Estavam vestidos com uniformes militares”, contou um oficial.
“Era a hora da oração na mesquita da base, o que significa que as vítimas estavam desarmadas”, explicou ele.
Os soldados foram atacados na mesquita durante a oração e no refeitório da base, indicou o general americano John Nicholson, que comanda a operação “Resolute Support” (Apoio Resoluto) da Otan no Afeganistão.
A intervenção das forças especiais afegãs conseguiu acabar com o ataque durante a noite, de acordo com Nicholson.
Os talibãs, que exigem a saída de todas as tropas estrangeiras do Afeganistão, reivindicou o ataque em um comunicado no qual mencionaram “dezenas de mortos”.
No dia 8 de março, um ataque de mais de seis horas contra o hospital militar de Cabul, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, deixou 54 mortos, de acordo com o balanço oficial, e mais do que o dobro do número divulgado, segundo fontes das forças de segurança.