O histórico dos irmãos Arthur Dias Stival, 20 anos, e Bruno Dias Stival, 19 anos, e Murillo Eduardo Conceição, 20 anos, era de se envolver em brigas. De acordo com a Polícia Civil, eles são os responsáveis pela morte de Gabriel Caldeira de Souza, de 19 anos, que morreu na segunda-feira (4), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), após ser baleado na noite de domingo (3) na saída de um bar.
De acordo com a adjunta da Delegacia de Investigação de Homicídios, Ana Cláudia Stoffel, na saída do bar, houve apenas uma troca de olhares, que resultou numa pequena discussão.
“O que você tá olhando”, teria dito o jovem Bruno. “Eu tô olhando o que? O que te fiz?”, respondeu Gabriel.
Após este fato, Arthur, Bruno, Murillo e duas adolescentes entraram no carro, um Corolla, de propriedade do pai dos irmãos. Bruno instigou e todos decidiram por voltar até o local para atirar em Gabriel.
O tiro atingiu Gabriel no abdômen. Ele foi levado para o Hospital de Urgências, mas não resistiu.
Arthur estava dirigindo, parou o carro, para que Murillo atirasse. A vítima foi localizada já numa rua lateral onde o bar está situado. Murillo sentou no banco de trás e efetuou os disparos. Imagens mostram amigos de Gabriel correndo, com medo dos tiros, após o companheiro ter sido baleado.
As menores estavam no carro, eram namoradas de dois dos rapazes e foram liberadas. Nenhum dos envolvidos tinham passagens pela polícia. Haverá pedido para conversão da prisão temporária em preventiva no caso dos três rapazes.
“O crime foi sem motivação. O crime foi banal, resultando na morte do Gabriel”, ressaltou a delegada.
Brigões
Segundo as investigações, os rapazes já tinham histórico em brigas. De acordo com a delegada, este foi o fato mais grave, mas há outros que chamam atenção. Havia uma preocupação de que o fato se repetisse.
“A Delegacia de Homicídios vem se empenhando para o esclarecimento de outros crimes como este. Como soubemos que outros fatos de forma banal estavam sendo provocados pelas mesmas pessoas, por isso fizemos uma força tarefa inibindo a prática de crimes futuros”, afirmou a delegada.
Fuga
Após o crime, Murillo chegou a ir ao Mato Grosso e teria voltado possivelmente para buscar dinheiro e para ajudar os outros colegas que participaram do crime. Murillo foi pego na GO-070, chegando a Goiânia. Os irmãos foram presos na casa deles, também situada aqui na capital.
“O Murillo já tinha ido até Mato Grosso e recuperamos quando voltava pra Goiânia. Possivelmente veio para buscar dinheiro a ajudar os colegas na fuga”, afirmou Ana Cláudia Stoffel.
A delegada ainda ressaltou que os familiares sabiam da fuga. O veículo usado no crime foi escondido na casa de uma tia, assim como Arthur. Ela afirmou que mesmo os parentes sabendo e colaborando com a fuga, não há nenhuma punição prevista para eles.
Com os acusados, a Polícia apreendeu o Toyota Corolla prata, que é de propriedade de Bruno Stival, e que foi utilizado no momento do crime, bem como a arma, um revólver calibre 38. Segundo ainda os depoimentos na Delegacia de Investigações de Homicídios, Murillo Eduardo Conceição trabalha em lava jato e vende água mineral em um sinaleiro, na capital. Bruno é estudante e Arthur negocia carros.
“É um ato deliberado, sem qualquer motivação. A Segurança Pública encerra aqui o seu papel. Prendemos os autores. Os encaminharemos ao judiciário. Será uma atividade continuada”, afirmou o secretário de Segurança Pública de Goiás e vice-governador do Estado, José Éliton Júnior que se reuniu com os familiares da vítima.
Participaram da investigação: 31 agentes, 10 delegados e 14 escrivães. O caso foi solucionado a partir da apreensão da arma, do veículo e com a prisão dos envolvidos. Resta apenas a conclusão das provas periciais.