O taxista Valteir Aparecido Nunes, encontro morto em Trindade na manhã desta quarta-feira (21), atendeu ao último passageiro na noite desta terça-feira (20), por volta das 23h43, no Centro de Goiânia. De acordo com o presidente da Rádio Táxi Bandeirantes, Márcio Soro, o taxista pegou o passageiro na Avenida Goiás, esquina com a Rua 61.
“Não foi uma chamada por telefone que nós repassamos, foi um passageiro de rua mesmo. Ele pegou o passageiro às 23h43 e foi direto para o local onde foi encontrado morto. Ele demorou 40 minutos para chegar no local. Meia-noite de 20 minutos é o último registro que temos dele”, explicou ao Diário de Goiás.
Segundo Márcio, o GPS, conectado pelo celular da empresa, que fica no veículo, não foi desligado durante a corrida. No entanto, o aparelho da empresa foi roubado junto com o celular da vítima e documentos do veículo. “Nesse momento, o GPS do celular da Rádio Táxi foi desligado, mas ainda conseguimos rastrear o veículo”, disse o presidente.
Todos os dados do veículo ficam gravados na central da empresa, localizada no setor Urias Magalhães, em Goiânia. Com isso, é possível saber o trajeto feito pelo taxista, o tempo que utilizou entre uma corrida e outra, e até a velocidade do veículo.
Márcio Soro informou ao Diário de Goiás que os taxistas possuem um ‘Botão do Pânico’ no celular da empresa, por onde recebe as chamadas e mantém contato com a companhia, mas que Valteir não teria acionado.
“Temos um Botão do Pânico que o taxista aciona toda vez que presencia uma situação suspeita. Assim que acionado, nós já mandamos outro veículo no local e acionamos a Polícia Militar para, também, comparecer e averiguar. No caso de ontem, provavelmente ele nem teve tempo de acionar o Botão”, ressaltou.
De acordo com o presidente da Rádio Táxi Bandeirante, a empresa não tem nenhum vínculo com o motorista auxiliar. A companhia faz um contrato de locação de frequência com o proprietário da concessão de táxi. Este, por sua vez, pode contratar ou não um motorista auxiliar. Neste caso, o contrato de motorista auxiliar fica apenas entre o funcionário e o permissionário.
“O dono da concessão que deve dar assistência à família do taxista. Nós fazemos o contrato de locação de frequência. Em seguida, o contrato de motorista auxiliar é feito entre o motorista e o permissionário, de locação de veículo. A Rádio Táxi só disponibiliza as chamadas para que os carros atendam”, explicou Márcio.
A empresa rastreou o veículo e estava à caminho para saber o que tinha acontecido, mas, segundo o presidente da empresa, antes de chegar no local, a Polícia Militar ligou avisando que Valteir tinha sido encontrado morto.
Valteir Aparecido era casado e trabalhava como taxista há 23 dias. “Ele era motorista de ônibus e disse que queria mudar de vida e acontece essa tragédia. Ele começou a trabalhar conosco no dia 28 de setembro”, disse Márcio.
Segundo Márcio Soro, o taxista iniciou o expediente na terça-feira (20) às 5h e teve um dia de trabalho normal.
Márcio também informou ao Diário de Goiás que a Polícia Civil foi até a Central da Rádio Táxi Bandeirante nesta quarta-feira (21) e solicitou todos os dados que ficam registrados sobre o veículo e o taxista, como trajeto e rota utilizada.
Na manhã desta quarta-feira (21), o corpo do taxista Valteir Aparecido Nunes foi encontrado dentro de um táxi, modelo Etios, na Vila Pai Eterno, localizada em Trindade. Segundo informações, o taxista trabalhava como motorista auxiliar do proprietário da concessão.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O taxista foi morto a golpes de faca e teve os bolsos mexidos. A suspeita é de que tenha sido cometido crime de latrocínio.