Cleudimar Rodrigues da Silva, de 39 anos, foi preso na última quarta-feira (25) suspeito de assassinar a professora de Guapó, Maria da Conceição Campos, de 42 anos. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito confessa participação no crime, mas não confessa a autoria. O corpo da vítima ainda não foi encontrado.
“Em vídeo […] ele confessa a participação. Ele não confessa que executou propriamente o crime, mas confessa a participação no possível homicídio. […]Ele sempre muda a versão quando a gente descobre uma nova prova. […] Falta agora questão de tempo. Desde que chegou ao nosso conhecimento rapidamente conseguimos comprovar a participação do Cleudimiar”, ressaltou o delegado de polícia Arthur Fleury.
Segundo o delegado André Fernandes, que também participa das investigações, o caso é complexo devido o perfil do suspeito de manipulação. “Ele tem um perfil de ludibriar o outro, que usa da sua inteligência para tentar desviar o foco da investigação”, afirmou.
Arthur Fleury explicou, durante entrevista coletiva, que a vítima passou a cobrar uma dívida de R$ 30 mil de Cleudimar. A Polícia também acredita que o crime foi premeditado porque 20 dias antes do desaparecimento de Maria da Conceição, o suspeito anunciou a venda do veículo de luxo que utilizada, registrado no nome da vítima, com a justificativa de que uma tia havia morrido e precisa de dinheiro urgente.
“A vítima começou cobrá-lo insistentemente a questão da dívida de R$ 30 mil, um carro de luxo utilizado por ele no nome da vítima. A partir de então eles marcaram um encontro no Terminal Maranata e lá, através de câmera de videomonitoramento, conseguimos identificar a vítima entrando no veículo e saindo de lá para um local incerto, onde ainda estamos investigando. Em novo depoimento ele já fala que após o Terminal foram jantar e realmente jantaram. Lá a vítima assinou várias folhas de cheque para ele e de lá tomou rumo incerto, infelizmente, acreditamos para a morte”, disse.
O delegado André Fernandes ainda destacou que as pessoas devem se atentar a esse tipo de crime: homens que se aproximam de mulheres solteiras ou divorciadas e que têm condição financeira estável, para tirar proveito.
“Eles usam essa forma de amor de exploração para poder sugar seus benefícios. Quando começa a ser cobrado ou percebe que daquela fonte não sai mais nada, aí está o perigo da relação. A partir do momento que a família notar esse tipo de situação, deve procurar uma delegacia de polícia, conversar com o delegado, expõe essa dificuldade para que possamos interferir antes de um mal maior”, explicou.
Também em entrevista coletiva, Cleudimar disse que nunca seria capaz de praticar um homicídio. “Eu estou na situação porque fui a última pessoa a estar com ela, a princípio, em alguns lugares. Daí, após eu ter encontrado com ela, a princípio eu tinha até negado devido a situação, eu estive com ela sim, mas jamais seria capaz de fazer uma atrocidade dessa, de tirar a vida dela”, disse.
Segundo o suspeito, não havia dívida e a relação entre ele e a vítima se baseava em negócios que faziam, com empréstimos consignados, além de negar ter pego os cheques assinados em branco. “Quanto eu devia para ela? Nada. […] Os cheques em branco eu não cheguei a pegar. [serviço] Empréstimo consignado, a gente sempre refinanciava os empréstimos, quando não tinha mais a gente renovava, fazia portabilidade de uma instituição para outra, era esse o procedimento”, explicou.
O suspeito também informou que após ter pego Maria da Conceição no Terminal Maranata e jantar em um restaurante, deixou a vítima no Terminal Garavelo e não teve mais informações da professora. “No decorrer do tempo, saindo a imagem na televisão, aquilo estava me deixando preocupado. Eu ligando e não conseguia falar com ela”, disse.