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Saúde
| Em 2 anos atrás

Suspeita de caso de poliomielite em criança no Pará não significa volta da doença

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Um caso de suspeita de poliomielite em uma criança de 3 anos, no Pará, alarmou a Saúde no Brasil. A doença já estava erradicada no país desde 1989, com 33 anos sem registros de novos casos. O menino residente no interior do Pará apresentou sintomas da doença, mas o caso ainda está sendo investigado pela Secretaria de Saúde do Estado, e de acordo com a CNN Brasil, a hipótese levantada pelo Ministério da Saúde é de erro no protocolo de vacinação da criança.

A suspeita se deu após a mãe do menino procurar atendimento em uma unidade de saúde com queixas de dor de cabeça, febre, dores musculares, e redução da capacidade de movimento das pernas, sintomas compatíveis com a poliomielite. Exames foram feitos e o vírus foi identificado nas fezes do garoto.

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A mãe da criança relatou que os primeiros sintomas surgiram 24 horas após ele ter sido vacinado com a tríplice viral e a vacina oral poliomielite (VOP), mas procuraram atendimento médico somente 22 dias depois, quando ele já apresentava dificuldade para ficar de pé.

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De acordo com o Ministério da Saúde, o caso pode estar relacionado com a vacinação inadequada. Os dados da caderneta de vacinação do menino comprovam que houve um erro no protocolo de vacinação. A criança recebeu duas doses de vacina oral da poliomielite (VOP), uma em 2021 e outra em 2022, e não recebeu as 3 doses da vacina inativada da poliomileite (VIP), aplicadas no primeiro ano de vida. Conforme o protocolo, as crianças recebem as doses da VIP, para só depois receber a VOP durante a campanha anual, portanto, o garoto estava com o esquema vacinal incompleto.

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Como o diagnóstico ainda não foi fechado, o caso ainda é tratado como suspeita de polio, levando em conta outras doenças, como a Síndrome de Guillain-Baré, que também causa paralisia dos membros. Outra hipótese é de que o erro na vacinação da criança possa ter provocado poliomielite originada do polivírus circulante, derivado da vacina com vírus enfraquecido.

Em nota a CNN Brasil, o Ministério da Saúde esclareceu que não há registro de circulação viral da poliomielite no país, e que o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada. Além de ressaltar que não se trata de poliomielite, a Saúde reforçou que “pais e responsáveis vacinem suas crianças com todas as doses indicadas para manter o país protegido da poliomielite, doença erradicada no Brasil”, informou.

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Segundo os indicadores de vacinação do Ministério da Saúde, a vacinação contra poliomielite em crianças entre 1 a 4 anos de idade está em queda desde 2015. Em Goiás, apenas 47,15% das crianças nessa faixa etária foram vacinas, diante da meta de 95% estipulada pela Saúde. Dos 11.572.563 que estão na população alvo da campanha de vacinação contra a poliomielite este ano, apenas 7.249.253 receberam a vacina, ou seja, 4.323.310 crianças ainda não foram imunizadas.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.