Um recém-nascido morreu, nesta quinta-feira (25), na Santa Casa de Anápolis, por conta da situação de superlotação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Vídeo gravado por um funcionário mostra o descaso na unidade.

De acordo com a Santa Casa, o bebê era portador de uma cardiopatia congênita grave, considera causador de alto índice de mortalidade. Ainda segundo a unidade o recém-nascido estava internado há um dia na UTI.

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De acordo com a Santa Casa, o hospital não está fazendo admissão de novos pacientes por falta de recursos, assim, mantendo apenas os que estão no local. Ainda segundo a gestão do hospital, foi feita uma tentativa de criar outros quatro leitos extras dentro da unidade com vistas a redução da superlotação.

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Ainda segundo a Santa Casa, a Fundação de Assistência Social de Anápolis (Fasa), que mantém a unidade de saúde, está operando com déficit de R$ 1,5 milhão por mês.

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Por isso, a unidade informou que o Ministério Público está processando a Prefeitura de Anápolis e o Governo de Goiás para que ambos ajudem a custear parte da operação, que atualmente está sendo praticamente mantida apenas com os recursos repassados pelo Governo Federal.

Através de um comunicado, a direção da Santa Casa de Anápolis informa que os atendimentos não-emergenciais no Pronto Atendimento Obstétrico estão suspensos a partir desta sexta-feira (26).

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A unidade ainda reitera que estão suspensos admissões via Complexo Regulador Municipal, e serviço ambulatorial de coleta de exames laboratoriais.

Por meio de nota à imprensa, a unidade disse que mesmo com a UTI superlotada, o bebê que morreu, e outro, receberam atendimentos. Confira na íntegra:

Nota Santa Casa de Anápolis

Na entrevista e vídeo que trata de UTI Neonatal da Santa Casa de Anápolis, foi anunciado, de forma equivocada, o óbito de dois bebês, contudo, cumpre esclarecer: Os bebês que aparecem no vídeo receberam assistência imediata e adequada, mesmo com a UTI superlotada. Todos se mantêm internados, estáveis e seguem com prognóstico positivo.

Quanto ao que veio, de fato, a óbito, este estava internado há um dia na UTI e era portador de cardiopatia congênita grave, patologia com alto índice de mortalidade. Dessa forma, não há que se dizer que há relação entre a morte do bebê e a falta de insumos ou assistência adequada.

Também por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), disse que possui um plano de fortalecimento (cofinanciamento) para a Santa Casa de Anápolis e que repassa financeiramente valores para o município destinados a diversos serviços oferecidos realizados pela instituição.

Ainda de acordo com a pasta, o acesso aos hospitais da rede estadual acontece por meio do Complexo Regulador Estadual e, caso haja necessidade de transferência de pacientes, a SMS deverá fazer a solicitação no sistema de regulação de vagas. Confira nota da SES na integra:

Nota SES-GO

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) esclarece que possui junto ao município de Anápolis um plano de fortalecimento (cofinanciamento) para a Santa Casa de Anápolis. A SES repassa financeiramente valores para o município, para diversos serviços realizados na instituição, conforme precificação da produção e serviços ofertados. O município é responsável pelo repasse à Santa Casa.

A SES informa ainda que os repasses estão atualizados e em dia, e neste ano, já foram repassados R$4.567.597,69 para o Fundo Municipal de Saúde de Anápolis, para custeio da unidade hospitalar, sendo o último repasse realizado em 23 de maio de 2023 no valor de R$864.738,05.

A pasta esclarece ainda que os repasses destinados para a Santa Casa de Anápolis tem como objetivo fortalecer a Atenção Regionalizada, ampliando os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde na Região de Saúde Pireneus, composta por 10 municípios. A SES-GO também conta com outras dois hospitais próprios na região, sendo o Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo e o Hospital Estadual de Pirenópolis Ernestina Lopes Jaime, destinados aos atendimentos em média e alta complexidade.

Por fim, a SES-GO informa que o acesso aos hospitais da rede estadual acontece por meio do Complexo Regulador Estadual e, caso haja necessidade de transferência de pacientes, a SMS deverá fazer a solicitação no sistema de regulação de vagas.

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