O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) esteve no último sábado (1º) em Goiânia para colocar uma tornozeleira eletrônica. O Ministério Público de Goiás abriu inquérito para investigar se o “homem da mala”, foi privilegiado ao receber o equipamento de monitoramento, já que presos no interior do estado foram liberados por falta de tornozeleiras. O superintendente de Administração Penitenciária, cel. Victor Dragalzew, disse que Loures não furou fila.
O inquérito foi aberto pelo promotor Fernando Krebs. A argumentação do Ministério Público é de que faltam tornozeleiras eletrônicas em 18 comarcas do interior goiano, juízes tiveram de soltar presos, o que não justifica o empréstimo do equipamento para o sistema penitenciário do Distrito Federal. O superintendente Victor Dragalzew, argumentou que Goiás integra o chamado Pacto Integrador de Segurança Interestadual e que atendeu uma solicitação do Departamento Penitenciário Nacional.
Dragalzew disse que o contrato com a empresa Spacecom S/A permite que sejam usados até 1.855 equipamentos. Ele explicou que no momento há 957 tornozeleiras sendo usadas para o monitoramento dos presos. Cada uma delas custa R$ 283 por mês aos cofres públicos. Ele disse que 300 delas quem banca é o Depen, por meio de um convênio com o governo estadual e a tornozeleira colocada em Rocha Loures faz parte deste acordo. O superintendente nega que há fila para receber o equipamento.
“Não. Porque não existe fila em Goiás. Temos atendido a todas as determinações judiciais, existem realmente entraves técnicos que são poucas empresas que fazem este tipo de prestação de serviço e isso demanda uma manutenção do equipamento, talvez seja esse o entendimento que haja uma fila no nosso estado. Mas não existe esta fila, não existe essa possibilidade de ter havido a “furação” desta fila. Não sei se estão faltando 4 mil ou não, porque nós precisamos das determinações judiciais para que sejam cumpridas”, argumentou.
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures estava preso desde o dia 3 de junho, quando foi flagrado pela PF recebendo uma mala, em São Paulo, com R$ 500 mil que, segundo delatores da JBS, era dinheiro de propina.