O São Paulo teve 18 dias para consertar a defesa, que vinha mal, e turbinar o ataque, que estava entre os mais prolíficos do país. Nesta quinta-feira (11), provou que o período de folga não resultou nem em um nem em outro.
Com um futebol pobre em todos os setores do campo, o time empatou em 1 a 1 com o Defensa y Justicia, da Argentina, no Morumbi e amargou a terceira eliminação consecutiva nesta temporada.
Bastava vencer o desconhecido adversário para avançar à segunda fase da Copa Sul-Americana não repetir o que ocorrera na Copa do Brasil -quando caiu contra o Cruzeiro- e do Campeonato Paulista. Na partida de ida, em Lanús, havia obtido empate em 0 a 0 contra o rival.
Agora, com o moral atingido, o time tricolor só tem mais uma competição para disputar em 2017: o Brasileiro, que começa neste fim de semana.
No domingo (14), reencontra o Cruzeiro pela estreia do campeonato nacional.
Nesta quinta, a julgar pelo início da partida, a impressão era de que o São Paulo imporia uma goleada história. Com 28 segundos, Pratto chegou a marcar após passe de Cueva, mas gol foi anulado por impedimento – marcado corretamente pelo juiz.
O ritmo intenso logo gerou resultado. Aos 5 min, o volante Thiago Mendes dominou na entrada da área da equipe argentina e disparou um chute cruzado fortíssimo, inapelável para o goleiro Arias, e pôs o mandante na frente.
A vantagem animou os torcedores são-paulinos, que enfim viam um bom futebol do time. A alegria pouco durou.
Aos 10 min, o Defensa chegou ao empate com um arremate forte de Castellani.
A partir daí, enquanto o ataque se mostrava atabalhoado e sem criatividade -a única finalização correta foi a que rendeu o primeiro gol -a defesa tricolor voltou a apresentar vulnerabilidade.
O zagueiro Lucão, geralmente criticado pela torcida, voltou a ter má atuação.
Tão logo foi eliminado do Paulista, o técnico Rogério Ceni afirmou que tentaria aproveitar as quase três semanas de recesso para ajustar problemas defensivos de um time que sofreu 23 gols no Estadual – ou 1,4 por jogo.
Não surtiu efeito. Diante de uma zaga adversária insegura, os argentinos dominaram praticamente todo o restante da etapa inicial, e só não viraram o marcador graças à ótima intervenção de Renan Ribeiro no chute de Bouzat, nos acréscimos da etapa.
Na saída para o vestiário, a torcida não poupou vaias à equipe de Rogério Ceni.
Na volta do intervalo, o que se viu continuou pouco digno de aplauso. Neilton deu lugar a Gilberto, artilheiro são-paulino na temporada, mas o problema estava mais na criação que na conclusão.
Cueva, responsável por alimentar os centroavantes, errou quase tudo o que tentou e foi substituído por Thomaz.
Nada funcionou. E o São Paulo caminha para uma das temporadas mais vexatórias dos últimos anos. “A eliminação foi justa”, disse Pratto.
SÃO PAULO
Renan Ribeiro; Bruno (Luiz Araújo), Rodrigo Caio, Lucão e Júnior Tavares; Jucilei, João Schmidt e Thiago Mendes; Cueva (Thomaz), Lucas Pratto e Neilton (Gilberto). Técnico: Rogério Ceni
DEFENSA Y JUSTICIA
Gabriel Arias; Bareiro, Cardona e Alexander Barboza; Rivero, Castellani (Elizari), Delgado, Leonel Miranda e Jonás Gutiérrez; Bouzat (Kaprof) e Andrés Ríos (Fredes). Técnico: Sebastián Beccacece
Estádio: Morumbi, em São Paulo
Juiz: Ulises Mereles (PAR)
Cartões amarelos: Cardona (DYJ); Lucão e Júnior Tavares (SPO)
Cartões vermelho: Alexander Barboza (DYJ)
Gols: Thiago Mendes (SPO), aos 5min do 1º tempo; Castellani (DYJ) aos 10min do 1º tempo