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Categorias: Política
| Em 7 anos atrás

STF solta procurador e advogado presos em razão da delação da JBS

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Na primeira sessão do semestre, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) soltou o procurador Ângelo Villela e o advogado Willer Tomaz, presos em decorrência da delação da JBS.

Eles foram detidos em 18 de maio, na operação Patmos, cujas investigações atingiram o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

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Relator do caso, o ministro Edson Fachin votou contra o pedido de liberdade e foi seguido pelo decano do STF, Celso de Mello. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram a favor da soltura dos investigados. O ministro Dias Toffoli não participou da sessão. Como deu empate, a decisão é favorável ao preso.

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Lewandowski, que proferiu o voto vencedor, afirmou que, desde a prisão, a situação do procurador mudou.

Segundo ele, Villela não interfere na instrução do processo e nem obstrui as investigações. “Se num primeiro momento subsistiam, as razões não mais se sustentam [para a prisão]”, afirmou.

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Villela terá que cumprir medidas cautelares. Ele foi suspenso da função, mas vai continuar recebendo salário; está proibido de ingressar em dependências do Ministério Público, de manter contato com demais investigados e de viajar sem pedir permissão ao juiz. Ele também terá que cumprir recolhimento domiciliar no período noturno.

As medidas foram estendidas a Tomaz, mas, por não ser funcionário público, ele pode continuar trabalhando.
Villela pediu ainda que o caso fosse remetido ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) porque ele mora em Brasília, e os ministros concordaram. Como procurador, Villela tem prerrogativa de foro por função.

O caso estava sendo investigado no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), e Villela e Tomaz chegaram a ser denunciados.

Joesley Batista citou o envolvimento de Villela e Tomaz em esquema de corrupção para receber informações sobre a operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão e atingiu negócios do grupo da J&F. Segundo Joesley, Villela foi infiltrado na força-tarefa da operação.

O empresário disse ainda que contratou o escritório de Tomaz por R$ 8 milhões, sendo R$ 4 milhões de pagamento inicial e mais R$ 4 milhões após o arquivamento do caso. Tomaz, segundo o delator, dava uma “ajuda de custo” de R$ 50 mil para Vilella em troca de informações.

Os advogados de Villela e de Tomaz afirmaram que a decisão vai em linha com o relaxamento da prisão de outros investigados. Dizem que justiça foi feita e que os delatores da JBS mudaram de versão ao longo dos depoimentos.

“Todos os investigados da operação Patmos não mais estavam presos, e somente Ângelo e Willer Tomaz continuavam em prisão preventiva”, disse Gustavo Badaró, que defende Villela.

“Eles foram presos com base em delação. Não tem gravação, filmagem ou e-mail. Foi fato criado pelos delatores”, afirmou Rafael Araripe, advogado de Tomaz.

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