Na última quarta-feira (26), o governador Ronaldo Caiado foi palestrante do painel “Agronegócio na Economia Global”, durante o XII Fórum de Lisboa. Na ocasião, o gestor estadual afirmou que um dos entraves para ampliar as exportações brasileiras são as altas taxas protecionistas praticadas por outros países na comercialização dos produtos.
“Verdadeiros bloqueios tarifários no mundo todo. Sofremos uma concorrência desleal com países que já têm convênios e que têm maior facilidade”, disse Caiado. A necessidade de mais subsídios governamentais ao setor agrícola, como os que existem na Europa, foi reivindicada pelo governador, para que o produtor rural possa ter mais garantias ao assumir o risco de investir no aumento da produção.
O Brasil tem direito a um seguro agrícola, é uma demanda antiga. Para o produtor, absorver o risco sozinho é muito difícil.
Ronaldo Caiado
Caiado também enfatizou que não cabe à União Europeia definir parâmetros de sustentabilidade, já que o continente europeu praticamente não tem florestas nativas originais, apenas áreas replantadas. “A agropecuária brasileira só atinge 10% da área do território nacional. Temos o código florestal mais restritivo do mundo”, disse Caiado.
Em seguida, completou que o Brasil tem competência própria para definir o que é sustentabilidade, uma vez que possui 58,5% de florestas nativas, o equivalente a 495 milhões de hectares de terra cobertos com vegetação original.
Realizado anualmente, o Fórum de Lisboa reúne acadêmicos, gestores, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil organizada, do Brasil e da Europa, para dialogar sobre como a globalização tem impactado as relações entre Estados, instituições, empresas e povos.
O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da Fundação Getúlio Vargas (FGV).