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Sob tensão, cidades dos EUA aceleram retirada de estátuas de confederados

O aumento da tensão entre supremacistas brancos e antifascistas tem acelerado a remoção de estátuas de soldados confederados nos Estados Unidos, símbolos que remetem ao passado escravocrata do país e que são alvos de protestos.

Sem se intimidar pela violência provocada pelo plano de retirada da estátua de um líder confederado em Charlottesville, na Virgínia, líderes municipais de cidades dos EUA disseram que intensificarão os esforços para remover tais monumentos de espaços públicos.

No sábado (12), a manifestação de supremacistas brancos, neonazistas e militantes de extrema direita em Charlottesville terminou em confronto com um grupo antirracista. O motivo do ato foi defender a estátua do comandante confederado Robert E. Lee, que seria retirada.

Apesar do episódio, em Jacksonville, na Flórida, a presidente da Câmara Municipal, Anna Brosche, ordenou um inventário imediato de todas as estátuas confederadas da cidade, em uma medida que prepara as suas remoções.

“Esses monumentos representam um momento de nossa história que causou muita dor”, disse Anna nesta segunda (14).

Durante a Guerra civil dos EUA (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do Sul americano, buscaram independência para impedir a abolição da escravatura, após Abraham Lincoln ter vencido as eleições presidenciais.

Em movimento semelhante à de Brosche, a prefeita de Baltimore, Catherine Pugh, disse que está pronta para derrubar todas as estátuas confederadas da cidade, uma vez que o conselho da região votou a favor de destruí-las.

O conselheiro de San Antonio, no Texas, Robert Travino, também promove campanha para remover a estátua confederada da cidade.

“Esta não é uma peça de arte importante, mas um monumento ao poder. É uma mensagem infeliz de ódio. Nós pensamos que é importante mudá-lo”, disse Travino após o episódio de violência na Virgínia.

Alguns manifestantes, entretanto, se recusam a esperar pela remoção dos monumentos. Na segunda, ativistas usaram uma corda para derrubar em Durham, na Carolina do Norte, o Monumento ao Soldado Confederado, estátua para homenagear os soldados sulistas na Guerra de Secessão.

Em Baltimore, um monumento de um soldado confederado moribundo nos braços de uma figura angelical foi encontrado manchado de tinta vermelha, aparentemente um ato de vandalismo cometido durante o fim de semana, segundo o jornal “Baltimore Sun”.

Além das estátuas, a bandeira dos Estados Confederados é motivo de polêmica nos EUA, e ativistas afirmam que ela representa o ódio racial.

A iniciativa de grupos de direitos civis e outros de remover símbolos confederados ganhou força depois que um supremacista branco confesso assassinou nove afro-norte-americanos em uma igreja de Charleston, na Carolina do Sul, em 2015. O massacre acabou induzindo a retirada de uma bandeira confederada do edifício da Assembleia Legislativa da cidade.

O instituto Southern Poverty Law Center, que pesquisa sobre as leis de combate à pobreza no sul dos Estados Unidos, contou em 2016 mais de 1.500 menções em todo o país a símbolos confederados, incluindo feriados, estátuas, bandeiras e nomes de cidades, municípios, escolas e parques. Quase metade são monumentos, que estão em 24 Estados. A maioria das dedicações está no Sul, mas 24 estão no Norte e 21 em Estados que não existiam no momento da Guerra Civil norte-americana.

Até abril, ao menos 60 símbolos dos confederados haviam sido removidos ou rebatizados no país desde 2015, segundo o levantamento mais recente do Southern Poverty Law Center. (Folhapress)

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Larissa Laudano

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