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Sob pressão, Temer rompe o silêncio e diz que massacre foi ‘pavoroso’

Por 8 anos atrás

Sob pressão da opinião pública, o presidente Michel Temer se pronunciou nesta quinta-feira (5) pela primeira vez sobre o massacre em um presídio no Amazonas após três dias de silêncio absoluto. O silêncio de Temer remete ao massacre do Carandiru, em 1992, também marcado pela espera por explicações da polícia e de declarações oficiais.

Na abertura de reunião sobre segurança institucional, convocada na tentativa de demonstrar a preocupação do governo federal com a crise prisional, o peemedebista disse que o incidente foi “pavoroso” e “terrível” e se solidarizou com as famílias dos presos assassinados.

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“Eu quero me solidarizar com as famílias que tiveram seus presos vitimados naqueles acidente pavoroso que ocorreu no presídio de Manaus. Nossa solidariedade é governamental”, disse.

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O peemedebista fez questão de lembrar que o presídio em Manaus era administrado pela iniciativa privada e acrescentou que “não houve uma responsabilidade clara ou definida dos agentes estatais”.

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Ele lembrou que o controle penitenciário cabe às unidades estaduais da federação, mas ressaltou que a questão da segurança pública ultrapassou a questão local e tornou-se uma preocupação nacional.

O silêncio fazia parte de uma estratégia de comunicação do Palácio do Planalto para afastar o presidente do centro da crise prisional, sob o argumento de que se trata de um incidente localizado.

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Com a repercussão do episódio, noticiado pela imprensa estrangeira, o peemedebista passou a ser aconselhado a romper o silêncio e fazer pelo menos um comentário genérico sobre o episódio, para afastar a acusação de que ele tem sido omisso.

Na quarta-feira (4), até o papa Francisco havia se pronunciado sobre o massacre e lamentado o massacre. Ele pediu que “as condições de vida dos detentos sejam dignas de pessoas humanas”.

O encontro desta quinta-feira (5) para discutir a situação carcerária no país tem as participações dos ministros Alexandre de Moraes (Justiça), Raul Jungmann (Defesa) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Torquato Jardim (Transparência) e Grace Mendonça (Advocacia Geral da União).

Em discurso, o presidente disse ainda que o plano nacional de segurança pública, que será lançado pelo Ministério da Justiça, determinará que unidades prisionais que sejam construídas a partir de agora tenham prédios diferentes para abrigar presos que cometeram crimes de alta e de baixa ofensividade.

Ele disse ainda que será liberado R$ 150 milhões para a instalação de bloqueadores de celulares em 30% das unidades prisionais de cada Estado.

O massacre em Manaus criou uma crise no sistema penitenciário brasileira e o receio do Palácio do Planalto de que integrantes do PCC iniciem uma série de retaliações em outras unidades prisionais do país, uma vez que a maioria dos mortos são da facção criminosa.

A rebelião foi motivada por uma briga entre as facções Família do Norte e PCC. De acordo com as investigações, ela foi comandada pela Família do Norte.

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