O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, durante entrevista ao portal Brasil 247, no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (21), que repetia um “mantra” na época em que ficou preso na Polícia Federal (PF), em Curitiba. Segundo o petista, sempre que recebia visitas e perguntavam se ele “estava bem”, ele respondia: “Só vou ficar bem quando eu foder com o Moro”.
“De vez em quando um procurador entrava lá dia de sábado, ou dia de semana, para visitar, perguntar se estava tudo bem. Entrava 3 ou 4 procuradores e perguntava ‘tá tudo bem?’. Eu falava ‘não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro’. Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí”, completa Lula.
Segundo o presidente durante todo período que passou na prisão, todo dia quando entrava um delegado para visitá-lo, ele dizia que iria provar sua inocência. “E eu falava todo dia que eles visitavam lá. Entrava um delegado e eu falava a mesma coisa. ‘Se preparem que eu vou provar (que sou inocente)’”, completou.
Durante entrevista Lula afirma que o período de prisão foi de muita mágoa. Segundo o petista ele percebeu que a Lava Jato o tinha como alvo, mas não sabia qual seria a acusação. Para o presidente as acusações tinham cunho político ao invés de jurídico. Ele também relembrou sobre a morte da esposa Marisa.
“Muita mágoa, muita mágoa. A morte da Marisa foi uma coisa muito ruim. Depois a morte do meu irmão quando eu estava na Polícia Federal foi muito ruim. As acusações, as leviandades, o que as pessoas escreviam. Isso tudo é muito, muito duro, muitas vezes você precisa se preparar para suportar isso”, declarou.
Lula ficou 580 dias preso em Curitiba, e neste período ele respondeu a 20 ações, em três ele foi absolvido. Em 2019 Lula foi solto depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o cumprimento de pena depois de prisão em 2ª instância.
As condenações foram anuladas e o então juiz Sérgio Moro foi considerado suspeito (parcial) pela Suprema Corte.
Eleito senador em 2022, o ex-juiz federal Sérgio Moro (União Brasil-PR) afirmou fazer oposição ao governo do petista. Vale lembrar que antes das eleições, ainda em 2018, Moro se tornou ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo Jair Bolsonaro (PL) e deixou a pasta em 2020, acusando o então presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.