Washington – Apenas 33 dos 192 membros da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentaram até terça-feira, 31, compromissos de redução de suas emissões no âmbito do acordo sobre mudança climática, que será discutido no fim do ano em Paris. O prazo de terça-feira era informal, mas havia a expectativa de que os países desenvolvidos e os grandes emergentes registrassem suas propostas o mais cedo possível, para permitir uma análise detalhada antes do encontro.
Entre as nações industrializadas, Japão, Canadá e Austrália deixaram de revelar suas posições. Brasil e China também não apresentaram propostas, mas o país asiático já divulgou suas metas em acordo com os Estados Unidos, em 2014.
Segundo maior poluidor do mundo, os EUA formalizaram ontem o compromisso de cortar 28% de suas emissões até 2025, em relação ao patamar de 2005. O porcentual é o mesmo previsto em acordo climático fechado entre Washington e Pequim. Os dois países respondem por 45% das emissões mundiais e são fundamentais para a obtenção de um acordo em Paris.
A nova convenção substituirá o Protocolo de Kyoto, que se extingue em 2020, e abrangerá todos os países. As metas de redução de emissões em vigor se aplicam apenas às nações desenvolvidas. Algumas delas, como Canadá e Austrália, resistem a participar do novo acordo sobre mudança climática.
“É o momento de outros países fazerem o que Estados Unidos, México e os membros da União Europeia fizeram e submeterem metas tempestivas, transparentes, mensuráveis e, acima de tudo, ambiciosas para cortar a poluição de carbono“, disse Brian Deese, assessor do presidente Barack Obama. Noruega, Suíça e Rússia apresentaram seus compromissos à ONU.
Os 28 membros da União Europeia prometeram reduzir a emissão de gases que provocam efeito estufa em 40% até 2030, sobre os patamares existentes em 1990. O objetivo do acordo que será discutido em Paris é estabilizar o volume de emissões e evitar que a temperatura do planeta suba mais que 2ºC.
Todd Stern, enviado especial para Mudança Climática do Departamento de Estado, disse que os compromissos dos EUA podem ser obtidos com a aplicação da legislação, sem necessidade de atos do Congresso.
Os países que deixaram de apresentar suas propostas terão até outubro. A data é vista como muito próxima do encontro de Paris. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Assuntos Estratégicos, no fim da tarde, mas ninguém comentou o assunto.
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