Apenas 14% dos adultos brasileiros chegaram ao ensino superior, percentual considerado baixo se comparado à média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de 35%.O índice brasileiro também é menor em relação a outros países latino-americanos como o Chile (21%), Colômbia (22%) e Costa Rica (23%).
Os dados são da publicação Education at a Glance 2016, da OCDE, lançada nesta quinta-feira (15). O estudo compara dados de mais de 40 países, incluindo o Brasil.Se analisados os dados apenas das gerações mais jovens, entre 25 e 34 anos, o índice cresce para 16%, mas ainda fica distante da média. Já entre adultos de 55 a 64 anos, o percentual é de 11%. Os dados são de 2014.
Os baixos índices de acesso à universidade refletem nos salários. Hoje, trabalhadores com nível superior no Brasil ganham mais do que o dobro do que aqueles com ensino médio completo. O valor também tende a ser quatro vezes maior para quem tem mestrado ou doutorado em comparação a quem tem apenas o ensino médio, segundo o relatório.”Isso acontece também do outro lado da escala: quem não completou o ensino médio ganha menos do quem completou”, diz Camila de Moraes, consultora da OCDE.
O estudo mostra ainda que a disparidade salarial entre os gêneros é maior no Brasil em relação a outros países da OCDE -por aqui, mulheres com formação superior ganham apenas 64% do que ganham homens com mesmo nível de estudo.
GASTOS COM EDUCAÇÃO
No que se refere aos gastos com educação, o Brasil dá sinais de avanço, diferente de outros países que reduziram os gastos.Em 2013, ano utilizado como base para comparação destes dados no relatório, o percentual de gastos com educação no Brasil -da educação básica ao ensino superior- representou 16,1% do gasto público total, acima da média dos países da OCDE, de 11,3%.
Apesar do avanço, o país ainda fica abaixo da média quando se observa outros indicadores relativos aos investimentos por aluno. Isso ocorre devido à diferença no total de alunos e nos valores aplicados.No Brasil, o gasto por aluno (do ensino fundamental ao superior) foi menor do que US$ 5 mil. O valor é semelhante aos de países como México e Turquia, e distante do aplicado por outros como Luxemburgo, Noruega e Estados Unidos -onde os gastos foram de mais de US$ 15 mil.
EDUCAÇÃO INFANTIL
Outro desafio do Brasil apontado pelo estudo é a necessidade de melhorar o acesso à educação infantil.
O relatório mostra que, apesar de ter registrado progressos nos últimos anos -que possibilitaram ao país estar próximo da universalização do acesso ao ensino aos 5 anos, por exemplo- o acesso à educação infantil registra alguns impasses.
(Folhapress)