Para a maioria dos mortais, os momentos que antecedem uma final olímpica são cheios de tensão, concentração e nervosismo. Para Augusto Akio, esse parece ser o momento ideal para uma sessão de malabares na frente de uma arena urbana La Concorde lotada de torcedores de todo mundo. Foi assim que o skatista brasileiro relaxou nesta quarta-feira (8), antes de mostrar toda a destreza também na pista e conquistar a medalha de bronze do skate park dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Natural de Curitiba, conhecido também como Japinha, Akio competiu solto mesmo no centro das atenções do mundo olímpico desta quarta. A disputa da prova de park reuniu algumas celebridades internacionais como o rapper Snoop Dog, o surfista Gabriel Medina, recém-chegado do Taiti, onde conquistou o bronze olímpico, e até de John Textor, dono da SAF do Botafogo e ex-skatista profissional.
Após cair no início da primeira volta e fazer uma nota apenas razoável na segunda, Akio voou cheio de estilo na terceira para chegar ao bronze com uma nota de 91.85. O ouro ficou com o australiano Keegan Palmer, com 93.11, e a prata para o americano Tom Schaar, com 92.23.
A final contou com mais dois brasileiros. Pedro Barros quase chegou ao pódio olímpico mais uma vez e terminou em quarto lugar com 91.65; e Luigi Cini ficou em sétimo com 76.89.
“Realmente essa conquista me traz fortes emoções e fortes sentimentos. Essa competição de hoje representava o encerramento do skate nos Jogos Olímpicos e quando eu já tinha feito a minha última volta, eu sabia que eu tinha feito um bom trabalho. Eu sabia que havia me superado na execução da volta completa com as manobras que eu planejei”, disse o atleta de 23 anos, que lamentou não ter a companhia de seu ídolo na premiação.
“Eu gostei muito de estar no pódio. Mas eu gostaria muito que o Pedro Barros também estivesse no pódio comigo. Eu cresci vendo o Pedro andando de skate. Eu assistia a vídeos deles todos os dias. Ele tem uma mensagem muito bonita de união e respeito. Os valores que o Pedro carrega, não só pelas conquistas e pela performance, mas pela mensagem que ele passa, são coisas que eu me identifico e quero propagar também”, afirmou o atleta.
Assim como nas eliminatórias da manhã com 22 atletas, na final, oito skatistas executaram três voltas de 45 segundos cada, passando pela avaliação dos árbitros. A melhor entre as três notas foi considerada como pontuação final.
“O Japinha é um grande irmão meu e fiquei muito feliz em vê-lo no pódio. Muito especial ver o crescimento do skate como um todo. Ver tantas pessoas vindo torcer, mostra como o nosso esporte é especial. A gente quer ver essa celebração de pessoas que se superam diariamente. O skate é sobre isso. A gente se taca no chão e se levanta, não mirando uma medalha e sim a diversão, o que por acaso nos levou até aqui”, disse Pedro Barros, medalhista de prata em Tóquio 2020. “Estou muito feliz com o meu resultado. Eu consegui completar uma boa volta e agora vamos pra frente que tem muito skate pela frente”, afirmou o veterano da equipe brasileira, com apenas 28 anos.
Augusto Akio também tem em seu currículo a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023. Assim como em Paris, o skatista também era visto equilibrando seus malabares na Vila de Santiago.
“Eu gosto de usar os malabares como uma maneira para as pessoas me identificarem. É comum eu estar na rua e alguém reparar e me pergunta. Você que é o japinha do malabares que anda de skate que anda na tv? Além disso me relaxa e me ajuda a concentrar”, explicou o agora medalhista olímpico.
O skate brasileiro encerra a participação em Paris 2024 com duas medalhas. Na primeira semana dos Jogos Olímpicos, Rayssa Leal conquistou o bronze no street, mesma prova em que foi prata em Tóquio 2020.
(Conteúdo – COB)