Novos golpes identificados recentemente estão colocando em risco Microempreendedores Individuais (MEI): sites falsos que simulam o original de geração de guias. O alerta partiu da Receita Federal, nesta quarta-feira (24), para que contribuintes fiquem atentos às plataformas que estão se fazendo passar pelo site do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – Microempreendedor Individual (PGMEI).
De acordo com a própria Receita e denunciantes, os sites falsos direcionam os usuários para plataformas que prometem gerar documentos necessários para o regime do Simples Nacional. O risco é de prejuízos financeiros e complicações legais aos contribuintes.
A principal recomendação dos especialistas é que os usuários fiquem atentos ao domínio do endereço eletrônico antes de acessar as páginas. O site oficial do PGMEI possui o endereço eletrônico “receita.fazenda.gov.br”. É válido destacar que o trecho final também remete a um endereço pertencente ao governo, com “gov.br” e não um outro código proveniente de sistema fraudulento, como por exemplo, “codews”.
No site oficial da Receita Federal foram divulgados exemplos de endereços falsos, como ‘consulta-pagamento.pgmei.site e www8-receita-fazenda-gov-br.codews’, para alertar os usuários sobre os perigos existentes. Cabe ressaltar que o link correto para acesso é: https://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/aplicacoes/atspo/pgmei.app/identificacao.
Diante das denúncias, o órgão está adotando diversas medidas para investigar e combater esses sites falsos, visando proteger os cidadãos contra essas práticas ilegais. Nesse sentido, para alertar os usuários, o presidente em exercício do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), Henrique Ricardo Batista, faz algumas recomendações.
“Para evitar problemas mais graves, o contribuinte tem alternativas confiáveis como entrar em contato diretamente com os órgãos responsáveis, por meio dos canais oficiais em caso de suspeitas ou dúvidas e, sobretudo, informar ao seu contador sobre o ocorrido antes de clicar em links suspeitos”, destaca o presidente do CRCGO.
Os métodos de fraudes estão cada vez mais convincentes no país. Alguns utilizam ainda de Inteligência Artificial para produzir plataformas o mais semelhantes possível às originais, o que confunde ainda mais os usuários. Com efeito, de junho a julho de 2021, 2022 e 2023, a empresa russa de cibersegurança, Kaspersky, realizou estudos e divulgou o relatório ‘Panorama de Ameaças’ que demonstrou que as tentativas de golpe de phishing (ataque que tenta roubar dinheiro ou a identidade de usuários fazendo com que revele informações pessoais) e de trojans bancários (programa malicioso feito por cibercriminosos brasileiros e tem como alvo mais de 60 instituições bancárias) tiveram um aumento de 617% e de 50%, respectivamente.
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na semana passada, demonstrou que, entre 2022 a 2023, os atos de estelionatos por meio virtual subiram 13,6%, enquanto o total de estelionatos cresceu 8,2.
Nesse sentido, o especialista em contabilidade destacou um cheklist de alerta e que pode contribuir com o usuário, destacando que links longos e com caracteres aleatórios tendem a ser mais suspeitos. “Aqueles que são legítimos costumam ser mais curtos e limpos. Se o domínio do site conter erros ortográficos o contribuinte pode desconfiar. Aquele famoso ‘zip’ no início de e-mail pode ser automaticamente desconsiderado, pois os links oficiais geralmente contém o http ou https”, reforçou Batista.