O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego) espera sacramentar nesta terça-feira (10) a negociação com o governo. O acordo que está sendo discutido é para que o reajuste definido pelo Ministério da Educação (MEC) para 2020, de 12,84% seja aplicado integralmente para aqueles que recebem abaixo do piso de R$ 2.886, 24. Para quem já ganha o piso, o aumento seria de 8,84%.
A informação foi confirmada pela presidente do sindicato, Bia de Lima, em entrevista ao Diário de Goiás. Ela contesta a informação divulgada pelo Jornal O Popular nesta terça, que diz que somente quem recebe abaixo do piso teria salário reajustado.
“Temos uma margem de 8.84%, com uma busca de que a diferença seja paga posteriormente. Isso foi aprovado na assembleia do mês passado. O governo tem feito cotas e mais cotas. Na última conversa com a secretária era que haveria o reajuste sem impacto. Significa que há redução de aulas, jornadas e contratos temporários para garantir que o reajuste seja estendido para toda a categoria, inclusive os administrativos, que estão numa situação mais crítica, há três anos sem reajuste. O que foi anunciado é que haveria 12.84% para quem ganha abaixo, mas os demais níveis teriam 8.84%. Não teria essa história de que ficaria sem nada. Por isso está sendo criado um alvoroço nas redes sociais e não procede na forma em que estamos negociando”, pontuou a presidente do Sintego.
Segundo Bia, haverá uma reunião do governo estadual nesta terça para discutir o tema. A expectativa é que seja avalizada a negociação. A reportagem do Diário de Goiás procurou a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação, que não respondeu.
Judicialização
A expectativa do Sintego é que o valor de 12.84% designado pelo MEC seja pago pelo governo mais tarde. Caso isso não aconteça, o sindicato entrará com uma ação judicial.
“Se o governo persistir nessa ideia de que 12.84% é só para quem ganha abaixo do piso, não nos resta outro caminho senão recorrer à Justiça. A lei é clara, define o percentual do piso”, disse Bia de Lima.
O reajuste de 2019, de 4,17% não foi pago pelo governo. O Sintego já tem ações reivindicando este aumento em trâmite na Justiça.