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Siderúrgicas brasileiras aceitam cotas impostas pelos EUA

Pressionadas, as siderúrgicas brasileiras decidiram aceitar a imposição de cotas de exportação para os Estados Unidos em troca da eliminação de tarifas adicionais. Com isso, as exportações de aços semiacabados cairá 7,4% em relação ao volume de 2017. Já no caso de acabados, haverá redução entre 20% e 60%.

Em entrevista nesta quarta (2) para anunciar a decisão, o presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, disse que o setor não tinha alternativas e cobrou medidas do governo federal para evitar que o Brasil seja o destino de novos excedentes globais de aço que surgirão após a implantação das restrições americanas a importações.

O acordo proposto pelos Estados Unidos prevê cota de importação de aço semiacabado, que é processado em siderúrgicas americanas, equivalente ao volume médio importado entre 2015 e 2017. Já no caso dos acabados, que são produtos finais, usados por outras indústrias, a cota prevê um redutor de 30% sobre a média dos mesmos anos.

Assim, segundo cálculos do IABr, o Brasil poderá exportar 3,5 milhões de toneladas de semiacabados por ano, 7,4% a menos do que em 2017. No caso dos acabados (tubos, vergalhões, aços planos e aços especiais), serão 496 mil toneladas.

O IABR não informou o quanto cairá a venda de cada grupo, dizendo apenas que os menos prejudicados perderão 20% e os mais, 60%.

“Neste momento, o Brasil já está operando com um fator de utilização muito baixo, em torno de 68%, quando o razoável seria 80%, e a exportação continua sendo vital”, disse Mello Lopes, ressaltando que cerca de 1/3 das exportações brasileiras de semiacabados são destinadas aos Estados Unidos.

Com o acordo, diz ele, a capacidade tende a ser mantida nos níveis atuais. Mas há grande preocupação do setor com a competição, no Brasil, com produtos antes destinados aos Estados Unidos. O mundo vive hoje um cenário de sobreoferta de aço, que deve se agravar com as restrições norte-americanas.

“Preocupa a necessidade de termos defesa comercial não politizada”, afirmou o presidente do IABr, criticando propostas de redução tarifas sobre importações que chamou de “autistas” e “desconectadas do mundo real”.
Mello Lopes disse que ainda faltam detalhes de operacionalização do acordo com os Estados Unidos. O governo brasileiro, por exemplo, não poderá participar da contabilidade das cotas, como fazia nos anos 1980, já que a OMC (Organização Mundial do Comércio) considera essa política ilegal.

Além disso, será preciso definir qual será o volume de importação de cada produtor brasileiro -o que deve levar ainda a um processo de revisão de contratos com compradores nos Estados Unidos. A cota é retroativa e, assim que o acordo for assinado, passa a ser contabilizada a partir de janeiro de 2018. (Folhapress)

Thais Dutra

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