“O amor é a cura, o amor é livre, trate sua ignorância, trate o seu preconceito”, disse Ana Cañas ao abrir a programação do palco Sunset nesta quinta-feira (21).
Ela se referia à liminar concedida pela Justiça Federal do Distrito Federal que permite que psicólogos possam tratar gays e lésbicas como doentes e fazer terapias de “reversão sexual”.
Acompanhada por um pequeno público que pode assisti-la em horário comercial, ela cantou “Eu Amo Você”, de Tim Maia, “por um mundo cheio de amor”.
Em um telão, eram exibidas cenas do filme “Amor Urbano”, em que Cañas vive par amoroso da atriz Renata Gaspar, e a bandeira da causa LGBTs com os dizeres “Amar Sem Temer”.
A frase e o protesto contra o presidente já viraram bordão no festival, sendo replicados em momentos como o ovacionado beijo entre Liniker e Johnny Hooker dias antes naquele mesmo palco.
O protesto de Cañas não parou por aí. Além de pedir “fora, Temer” em microfone aberto -o que poucos artistas fazem, apesar de críticas ao governo-, a cantora afirmou que “o processo de democracia nunca foi tão ameaçado”.
“Em 1964, a gente viveu uma ditadura, em 1968, o AI-5. Nesta semana, um oficial do exercito deu uma declaração pedindo intervenção militar. Infelizmente, essa música nunca esteve tão atual”, disse Cañas antes de cantar, a capella, “O Bêbado e a Equilibrista”.
Em outro momento, a cantora foi acompanhada por seu convidado, Hyldon, em “Respeita”, em defesa do direito das mulheres.
Entre um momento político e outro e com Edgard Scandurra na guitarra, Cañas cantou “Tô na Vida”, “Será que Você me Ama?” e “Urubu-Rei”. Já Hyldon, tocou “Na Sombra de uma Árvore”, “As Dores do Mundo” e, claro, seu maior sucesso, “Na Rua, Na Chuva Na Fazenda”. (Folhapress)
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