O Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) realizou mais uma manifestação na manhã desta terça-feira (14) em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro contrária à privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto). Apesar de a votação do projeto de lei que privatiza a Cedae ter sido adiada, o protesto foi mantido. Os manifestantes fecharam a via principal em frente à Alerj. As informações são da Agência Brasil.
Segundo Walter Veríssimo, que trabalha na Cedae, os funcionários não apoiam a privatização por entender que a companhia tem aspecto social relevante. “Os trabalhadores da Cedae são conscientes do papel social que desempenham para o povo fluminense. A quem interessa essa privatização? Esta não é a solução”, disse Veríssimo.
Prevista para as 15h desta terça, a votação foi adiada para a semana que vem, em sessão extraordinária que deverá ser realizada na próxima segunda-feira (20). A votação continuará nas sessões ordinárias de terça (21), quarta (22) e quinta (23).
Na última quinta-feira (9), o projeto foi colocado em discussão e recebeu 210 emendas parlamentares, que deveriam ter sido debatidas na segunda (13), em reunião do Colégio de Líderes da Alerj. Em função do adiamento da votação, a reunião dos líderes partidários também foi cancelada.
O Muspe atribui o adiamento da votação a uma falta de maioria do governo estadual para garantir a aprovação do projeto. Segundo o diretor do Sintsama-RJ (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro), Roberto Rodrigues, a votação estaria tecnicamente empatada.
“Não arredaremos o pé da Alerj enquanto houver chance de [o projeto] ser aprovado. Temos esperança de que não passe, mas esse sentimento apenas reside em nós mesmos, na nossa força, pois acreditar nos políticos, nós não acreditamos mais”, afirmou Rodrigues.
O Sintsama-RJ anunciou uma paralisação entre os dias 20 e 23, em protesto contra a privatização da empresa, que é uma companhia estadual responsável por grande parte do abastecimento de água e tratamento de esgoto. “Só faremos durante esses dias para que a população não seja prejudicada e para que os governantes percebam que estamos atentos”, disse Rodrigues.
A venda da Cedae é condição da União para assinar o plano de recuperação e servirá de garantia para a concessão de um empréstimo de R$ 3,5 bilhões ao estado do Rio. (Folhapress)