ASSUNÇÃO, PARAGUAI (FOLHAPRESS) – O chanceler brasileiro, José Serra, sugeriu em Assunção que uma intermediação de Vaticano, Estados Unidos e Cuba “pode ajudar” na solução da crise política na Venezuela.
Serra não especificou se uma atuação do trio para fomentar o diálogo entre governo e oposição está sendo discutida nos bastidores.
O governo venezuelano revelou recentemente ter pedido a ajuda do Vaticano, a exemplo do que ocorreu no processo de reaproximação entre Washington e Havana. Mas a participação de EUA e Cuba não tinha sido anunciada como uma possibilidade concreta até agora.
“Eu espero que agora, se o Vaticano for fazer alguma intermediação, mais EUA e Cuba, que [isso] pode ajudar nesse processo. Talvez a gente tenha uma saída, porque tem que ter uma saída”, afirmou o chanceler brasileiro ao ser questionado sobre a situação venezuelana.
Segundo Serra, durante a reunião na residência oficial do presidente paraguaio, Horacio Cartes e o presidente Michel Temer não discutiram sobre Venezuela, “porque já há um consenso de que a Venezuela tem que encontrar uma saída”.
“[A Venezuela] é um país que está se desintegrando, [tem] presos políticos, faltam 95% dos medicamentos, [há] desabastecimento de alimentos. Ninguém quer que a Venezuela continue nesse processo”, afirmou.
Temer, acompanhado de Serra e mais quatro ministros -Raul Jungmann (Defesa), Alexandre de Moraes (Justiça), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)- passou pela Argentina nesta segunda (3) antes de ir ao Paraguai.
Em Assunção, ele chegou ao fim da tarde, se reuniu com Cartes e participou de um jantar na residência oficial. Logo depois, por volta das 21h30, a comitiva embarcou de volta ao Brasil.