O governo de Serra Leoa vendeu por US$ 6,5 milhões (R$ 21 milhões) nesta segunda-feira (4) um dos maiores diamantes brutos do mundo. O valor obtido com o leilão realizado em Nova York será integralmente utilizado em projetos sociais no país africano.
A pedra, do tamanho de um ovo e conhecido como “diamante da paz”, foi comprada pelo joalheiro britânico Laurence Graff, disse Martin Rapaport, diretor do Rapaport Group, que gerenciou o leilão.
“Cem por cento do valor desse diamante, do valor da venda do diamante, vai para o governo e para o povo de Serra Leoa. Isso nunca aconteceu antes” disse o executivo após o leilão.
A pedra, que é o 14º maior diamante já encontrado, foi achado em março por Emmanuel Momoh, um pastor cristão na região de Kono, no leste de Serra Leoa. Ele então deu o diamante para o governo providenciar a venda da pedra.
Metade do valor arrecadado deve ser aplicado na região onde a pedra foi encontrada. Ele deve ser investido na construção de escolas, na manutenção de hospitais e estradas e na melhoria do fornecimento de água e energia.
O leilão desta segunda não foi a primeira tentativa de vender o diamante. Em maio, o governo de Serra Leoa realizou um evento na capital Freetown, mas não houve interessados em pagar os US$ 7,8 milhões (R$ 25,2 Milhões) exigidos.
Na ocasião, o governo considerou que o valor era muito baixo.
Por isso, antes do leilão em Nova York, a pedra foi exibida para 70 potenciais compradores e recebeu sete lances.
“Nós mostramos o diamante em todos os lugares. Fizemos tudo que podíamos e este foi o melhor preço que poderíamos conseguir no mercado neste momento”, disse Rapaport.
A ONU levantou em 2003 uma proibição para as exportações de diamantes de Serra Leoa, apesar do setor de US$ 113 milhões ser dominado pelo contrabando.
As pedras estão no centro da guerra civil que assolou o país e que terminou em 2002. As forças rebeldes obrigavam os civis a participarem da mineração em busca dos diamantes, que eram vendidos para financiar o conflito -por isso, ganharam o apelido de “diamantes de sangue”. (Folhapress)