São Paulo – A inadimplência dos consumidores deve apresentar trajetória de alta nos próximos seis meses, enquanto o atraso do pagamento entre as empresas deve ter ligeiro abrandamento entre o terceiro e o quarto trimestres de 2015. Este é o cenário traçado por dois novos indicadores lançados nesta terça-feira: o Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor e o das Empresas.
Segundo o economista da Instituição Luiz Rabi, o objetivo é antever, em um horizonte de dois trimestres, como estará a inadimplência do País. “Vai ser possível ver a tendência, entender de que forma vai estar a inadimplência em perspectiva do cenário da economia”, afirmou.
Após ter caído ao menor nível em quatro anos em outubro de 2014 (93,7 pontos), o indicador de perspectiva da inadimplência dos consumidores começou a subir e atingiu 96,9 pontos em março de 2015. Isso significa que, em seis meses à frente, a taxa de inadimplência dos consumidores deve registrar uma trajetória de alta.
Segundo Rabi, o indicador de perspectiva já está sinalizando a reversão do comportamento de queda da inadimplência do consumidor para os próximos meses. “A inadimplência bateu no fundo do poço, mas vai começar a subir”, afirmou. Ele destacou, no entanto, que mesmo com este avanço, a taxa deve permanecer abaixo dos 100 pontos, o considerado “nível de equilíbrio”, atualmente em 5,7%, de acordo com o especialista.
Quanto às empresas, o atraso nos pagamentos está em nível mais elevado. O indicador de perspectiva chegou aos 104,1 pontos em março, mas sinalizando reversão da tendência de alta. “A inadimplência das empresas ainda vai continuar em nível acima do padrão, mas com algum alívio na virada do terceiro para o quarto trimestre de 2015”, detalhou o economista. Na inadimplência das companhias, os 100 pontos da série representam uma taxa de atraso nos pagamentos da ordem de 3,5%.
Ao explicar a metodologia destes novos indicadores, Luiz Rabi detalhou as quatro fases distintas dos ciclos das variáveis econômicas: expansão, reversão, crise e recuperação. Ao antecipar as tendências do comportamento da inadimplência para consumidores e empresas, os novos indicadores devem ser capazes de sinalizar essas mudanças da inadimplência no período de seis meses. “Ter esse horizonte é importante para a tomada de decisão, não só para quem concede crédito, como para quem gerencia política monetária”, afirmou o economista da Serasa Experian.
(Fonte: Estadão Conteúdo)