Com estilos opostos, Senegal e Egito protagonizaram uma final intensa da Copa Africana de Nações. Com marcações fortes, os craques Sadio Mané e Mohamed Salah – que são companheiros de Liverpool – pouco apareceram. Mesmo assim, Mané acabou se tornando o protagonista da final, por perder um pênalti nos 90 minutos e converter a última cobrança do jogo decidido nas penalidades. Foi a primeira vez que Senegal se sagrou campeão do torneio continental.
Em Yaoundé, capital de Camarões, Mané perdeu um pênalti no começo do primeiro tempo que poderia mudar completamente o cenário do confronto no estádio Paul Byia. O placar ficou zerado ao longo de todo o tempo regulamentar e da prorrogação, levando a partida para os pênaltis. Então, o goleiro Mendy e o atacante brilharam com defesas e o gol decisivo para garantirem o primeiro título da história da seleção senegalesa.
A decisão começou com Senegal buscando o ataque. E, logo aos 5 minutos, os egípcios cometeram uma penalidade máxima e poderiam facilitar o caminho de Senegal pelo troféu inédito. No entanto, Mané parou no goleiro Gabaski. Apesar de desperdiçarem o pênalti, os senegaleses seguiram pressionando e passaram perto de inaugurar o marcador em jogadas pelos lados, principalmente. O Egito criou oportunidades mais escassas, mas sustentou o 0 a 0 até o fim do primeiro tempo.
Sem poder contar com o técnico português Carlos Queiroz, que foi expulso no duelo da semifinal diante de Camarões, a seleção egípcia parecia demonstrar cansaço devido às prorrogações jogadas nas fases de oitavas de final (contra a Costa do Marfim), quartas de final (diante do Marrocos) e semifinal contra os donos da casa. Mesmo assim, os números da etapa inicial ficaram parelhos, tanto em termos de posse de bola, como em finalizações.
Senegal voltou para o segundo tempo com a mesma intensidade, dando trabalho para o goleiro do Egito, que recorreu a substituições para tentar melhorar o desempenho do time. Bem marcado, Salah seguiu sem aparecer muito no jogo. As mudanças melhoraram a capacidade de marcação dos egípcios, mas pouco ajudaram no ataque. Senegal também não melhorou e parou de criar lances no ataque. E, assim, o duelo truncado levou o jogo à prorrogação.
No primeiro tempo da prorrogação, raras chances de gol surgiram para ambos os lados, mas sem sucesso. Na segunda etapa, sem mais nada a perder, as seleções passaram a arriscar mais. Senegal levou perigo em chute de longe, enquanto o Egito apostava em bola parada e velocidade nos contra-ataques, também dando susto em Mendy. O empate persistiu e o duelo foi para as penalidades máximas.
Senegal e Egito voltam a se encontrar em março quando definirão qual das duas seleções irá para a Copa do Mundo do Catar, em novembro. O confronto pelas Eliminatórias Africanas terá jogo de ida e volta.
(Conteúdo Estadão)