O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (8) que os parlamentares com quem vem se reunindo compreendem que a reforma da Previdência “não é uma opção, é uma necessidade”.
Ele disse que, devido ao teto limitador de gastos, se a reforma não for aprovada a participação da Previdência no total das despesas irá aumentar e progressivamente tomar espaço de outras programações financeiras, como as próprias emendas parlamentares.
Meirelles se reuniu pela manhã com a bancada do PSD na Câmara e se encontrará durante a tarde com parlamentares do PP -na pauta, está a necessidade da aprovação das novas regras para as aposentadorias, que deve ser votada até junho.
“Evidentemente que uma reforma da Previdência é desafiadora em qualquer país do mundo. Acredito que está ficando claro para os parlamentares que a reforma não é uma opção, é uma necessidade”, disse. “Não tem plano B”.
Questionado se a classificação do Brasil por agências internacionais pode melhorar se a reforma for aprovada, Meirelles afirmou que é “uma tendência natural” que agências de rating melhorem a nota do Brasil se a reforma da Previdência for aprovada.
“Minha postura é a seguinte: faço dever de casa e a agência faz o dever de casa deles. Acho que é inevitável [a melhora da classificação do Brasil], se aprovar a Previdência, com o teto aprovado, o efeito é brutal”, disse, durante evento em em Brasília. “Mas cada agência tem o seu timing”.
Presente ao mesmo evento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a reforma e afirmou que, caso mudanças estruturais não forem feitas na economia, há o risco de uma candidatura presidencial “fora do padrão” ganhar as eleições de 2018.
Segundo Maia, a crise econômica mostrou que “o excesso de Estado gerou essa crise” e que as reformas são necessárias para reverter o quadro.
“Em 2018, teremos condição de ter o Michel Temer como o grande condutor do processo eleitoral. Os partidos da base estarão unidos, teremos uma candidatura muito forte. Se não der certo, teremos pulverização e o risco de algo fora do padrão ocorrer é muito forte. Se o Estado não estiver reformado, entraremos em 2018 com o risco do imponderável”.
Ele afirmou que o debate em torno da reforma da Previdência vem gerando informações falsas de alguns setores da sociedade.
“A decisão de fazer duas reformas gera muitos conflitos e informações desencontradas e muitas vezes falsas verdades. Servidores públicos concursados usam de má fé e de informações que não tem nada a ver com realidade do Brasil”, afirmou, referindo-se a alegações da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) de que as contas da Previdência na verdade são superavitárias.
“Já vivemos a hiperinflação. Se resolver isso, o servidor pode ganhar os seus R$ 20 mil, mas com hiperinflação”, disse o presidente da Câmara.
Maia declarou que o projeto de terceirização será votado nesta quinta-feira (9). “Vamos votar amanhã. A proposta do governo [de reforma Trabalhista] é tímida, acho que há temas que precisamos avançar”, disse.
Apresentado pela primeira vez há 19 anos, o projeto anistia débitos e penalidades aplicadas a empresas que praticam terceirização. (Folhapress)