Se o socorro aos municípios não for aprovado pelo Senado e o governo não oferecer uma solução rápida, prefeitos de cidades de Goiás podem ficar sem recursos para pagar salários do funcionalismo público e fornecedores já no mês de maio. A avaliação é da Federação Goiana de Municípios (FGM), que teme até pela paralisação de serviços básicos.
“Se não chegar esse recurso, vai atrasar pagamento de salários de funcionários e de fornecedores. E pior, muitos serviços de saúde terão de ser paralisados. Com certeza, muitos serviços serão paralisados”, projeta o presidente da FGM, Haroldo Naves.
De acordo com a entidade, os municípios de Goiás terão mais de 30% de perda de arrecadação em abril, com queda no ISS e IPTU, primordialmente. Com o adiamento do IPVA para agosto, as prefeituras preveem um tombo de 40% em maio. “Se não houver uma compensação, será o caos, o desastre financeiro”, avalia Naves.
A FGM diz que vários prefeitos estão fazendo cortes de gastos na administração. Ele cita redução de salários de comissionados, secretariado e dos próprios prefeitos em várias cidades do estado. “Há cortes em contratos odontológicos e renegociação com fornecedores. Os prefeitos estão fazendo ginástica para manter os serviços e pagar o funcionalismo”, asseverou.
O decreto estadual que impõe restrições às atividades econômicas vigora somente até este domingo (19), e o governador Ronaldo Caiado já sinalizou que o flexibilizará, dando mais autonomia aos prefeitos para decidirem sobre a abertura ou não do comércio em suas cidades, a depender da situação epidemiológica de cada município.
Apesar da possibilidade de retomar boa parte da economia, a FGM ainda prevê enormes dificuldades sem o socorro federal.
“Mesmo com a reabertura do comércio, o fluxo vai diminuir muito. A renda diminuiu. A retomada vai ser lenta. Não temos expectativa de recuperação neste ano, pelo contrário. A expectativa é ruim, e todos os gestores estão tomando medidas amargas para continuar assistindo suas comunidades”, ponderou Naves.