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| Em 4 anos atrás

Sem flexibilização no decreto, bares e restaurantes suspendem 500 novas vagas de trabalho; “Frustração”, define diretor da Abrasel

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Os donos de bares e restaurantes que estiverem esperançosos e na expectativa em um decreto que permitissem os estabelecimentos estendessem para meia-noite o horário de fechamento em Goiânia estão frustrados após verem que o texto publicado nesta quinta-feira (04/02) manteve o fechamento para as 23h. “Foi frustrante”, pontuou em entrevista ao Diário de Goiás na manhã desta sexta-feira (05/02) o diretor da Abrasel, Frederico Costa. Em comunicado, o SindiBares também comunicou que 500 vagas de trabalho que estavam abertas no segmento foram suspensas. 

(A entrevista está disponível na íntegra no fim da matéria)

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“Foi frustrante, com certeza. Estamos numa situação onde tinha uma posição dada pelo prefeito, inclusive, na sexta-feira juntamente com ele, o Sindibares, Abrasel e outros representantes. E ele demonstrou que ia seguir as orientações do COE principalmente. Só que vimos isso de uma maneira contrária”, destacou Frederico. O Comitê de Operações Emergenciais da Prefeitura de Goiânia havia dado um parecer positivo à extensão de horários dos estabelecimentos na quarta-feira (03). O que se viu no entanto, foi que apenas as distribuidoras e lojas de conveniência tiveram uma flexibilização autorizada.

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Frederico reforçou que o fechamento as 23h, significa apenas 4 horas de atividade e circulação financeira sendo operacionalizada dentro de um bar e restaurante. “Quatro horas de venda para estabelecimento como um bar principalmente, é muito dificil, para você ver, é dificil ver um bar as 18 horas com ocupação. Os bares costumam a ser ocupados a partir das 19h. As 18 horas a ocupação não chega a 20%. O período de venda diminui muita receita e o faturamento do estabelecimento que vai desencadear em vários problemas no segmento”, ponderou.

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Nova reunião com o prefeito deverá ser agendada

Uma nova reunião deverá ser solicitada junto com o prefeito para tentar sensibilizá-lo, mas o sentimento de frustração é mantido, principalmente por ter a orientação do COE tida como favorável à flexibilização dos horários. “Estamos tentando, através de alguns vereadores, mais uma vez sensibilizar o prefeito. Fica difícil acreditar porque ele teve a oportunidade de fazer isso ontem e não foi feito e causa essa estranheza porque se tivéssemos tido um parecer do COE mostrando realmente seria necessário bares e restaurantes manter o horário de fechamento das 23 horas porque os índices estão se elevando em Goiânia”, pontuou.

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6 mil vagas de trabalho em jogo e 500 vagas de trabalho são suspensas

Em comunicado enviado na manhã desta sexta-feira (05/02), o Sindibares levantou que nos próximos dias 6 mil postos de trabalho devem ser perdidos com as medidas, além de 500 novas oportunidades temporariamente suspensas.

O Sindibares projeta que sem a flexibilização nos próximos dias cerca de 6 mil funcionários terão que ser demitidos em Goiânia. Em novembro do ano passado com expectativa de aumentar o movimento empresários fizeram contratações, então esses trabalhadores que hoje têm contrato de experiência, vão ter seus contratos encerrados. Além disso, cerca de 500 vagas para o setor que estavam em aberto, em seleção na Central de RH do Sindibares, também já foram suspensas”, destacou.

O sindicato destacou que vem buscando diálogo com Rogério Cruz para entender o proque o prefeito não acatou a orientação do COE. “O Sindicato reafirma a preocupação em relação ao Coronavírus, mas que segue protocolos de segurança já impostos, como funcionamento somente com 50% da capacidade, distanciamento entre as mesas, álcool gel, entre outras coisas”, pontuou.

A preocupação se dá porque apesar dos fechamentos não há um auxílio ou suporte do poder público para a sustentação dos estabelecimentos em contraponto às restrições. “Por conta dessa instabilidade e restrições os empresários devem começar a demitir, já que não conseguem arcar com os custos e não tem ajuda do Governo Federal, Estadual e nem municipal.”

Veja a entrevista com Frederico Costa, da Abrasel na íntegra:

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.